Da Redação Avance News
Na última quinta-feira (12), astrônomos publicaram um extenso artigo no The Astronomical Journal que informa como o telescópio James Webb utilizou uma tecnologia para conseguir imagens de maior qualidade dos exoplanetas PDS 70b e PDS 70c. O principal autor do estudo é Dori Blakely.
A tecnologia de observação utilizada foi a de um interferômetro, o qual analisa, dentre outras coisas, as ondas de luz emitidas por objetos e os ângulos. O objetivo era aplicar técnicas de observação próxima a uma estrela, pois os planetas nascem girando em torno de poeira e gás perto desses astros brilhantes.
Para quem tem pressa:
- O famoso telescópio James Webb utilizou um interferômetro para capturar a imagem mais detalhada de planetas que orbitam a estrela PDS 70;
- Até então, nenhum outro telescópio havia conseguido tal façanha;
- Além de imagens, informações importantes sobre os exoplanetas foram coletadas.
A felizarda foi a estrela PDS 70, cujo disco brilhoso abriga dois exoplanetas descobertos, respectivamente, em 2018 e 2019: PDS 70b e PDS 70c. O estudo demonstra como conseguiram adquirir uma imagem melhor — tida como a melhor visão desses planetas até agora — e como isso é relevante para avançar nos estudos sobre o nascimento desse tipo de astro.
Confira a diferença entre a imagem que temos agora e um dos registros anteriores ao feito do James Webb:
O interesse em estudar esses planetas foi tão pertinente que agora suspeitam que haja um terceiro planeta orbitando a estrela PDS 70, mas nada confirmado por enquanto.
A PDS 70 é uma anã laranja que fica em torno de 400 anos-luz de distância da terra. O Very Large Telescope (VLT), um telescópio pertencente ao Observatório Europeu do Sul, já havia fotografado os exoplanetas diretamente, mas foi justamente os detalhes do método aplicado por eles que auxiliou o James Webb a capturar uma imagem ainda melhor. Essas imagens incluem informações detalhadas sobre atmosferas, massas e temperaturas de PDS 70b e PDS 70c.
Leia mais:
O resultado completo do estudo, cujo autor principal é Dori Blakely, pode ser conferido aqui. A tecnologia do telescópio James Webb conta com um recurso intitulado Interferometria de Mascaramento de Abertura (AMI), que age como um verdadeiro interferômetro.
Mas como essa tecnologia conseguiu uma imagem melhor dos astros? Segundo o jornal Science Alert, essa “máscara” conta com orifícios sobre um espelho do telescópio; nisso, o interferograma (um sinal ou ‘leitura’) que ele cria “tem uma resolução muito maior porque o tamanho efetivo do telescópio se torna muito maior.“
Em um comunicado à imprensa, os autores descrevem o processo da seguinte forma:
Neste trabalho, apresentamos observações do interferômetro James Webb de PDS 70 com o filtro NIRISS F480M, as primeiras observações interferométricas baseadas no espaço deste sistema. É como ver uma foto de família do nosso Sistema Solar quando era apenas uma criança. É incrível pensar no quanto podemos aprender com um sistema.
Observações anteriores dos exoplanetas da PDS 70 já haviam sido feitas, como supracitado, mas sempre por meio de comprimentos de ondas mais curtos. O James Webb fez diferente: utilizou padrões de ondas longos. Dessa forma, esses planetas (PDS 70b e PDS 70c) foram observados com os comprimentos mais longos até então.