Da Redação Avance News
Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP), indicou que a suplementação com leite de jumentas reduziu a liberação de cortisol, conhecido como hormônio do estresse, e a resposta inflamatória em leitões durante o período de desmame. Ele foi realizado em colaboração com a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
“A pesquisa foi inspirada por um estudo que completamos no Nordeste onde 70% dos entrevistados, nas regiões de Euclides da Cunha, na Bahia, e Santa Quitéria, no Ceará, comentaram sobre o uso de leite de jumentas com fins terapêuticos”, relatam ao Jornal da USP Sharacely de Souza Farias, responsável pela pesquisa, e o professor Adroaldo José Zanella, da FMVZ, orientador do trabalho. “Segundo o último dado computado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2018, havia no Brasil 822.255 asininos.”
De acordo com os pesquisadores, o leite de asininos não é comercializado no País, contudo, em países como Alemanha, França e Itália, ele é usado especialmente para atender bebês prematuros. “O leite de asininos é muito valorizado pela semelhança com o leite humano”, apontam. “Como pesquisas indicam que a desmama é um período de muito estresse para os leitões, estudamos o efeito da suplementação durante esse período”. Em criações comerciais o desmame é efetuado a partir das quatro semanas de vida, enquanto em situações naturais ele acontece com até 12 semanas.
“Para avaliar a eficácia da suplementação no sistema imunológico, cognitivo e na resposta ao estresse, foi medida a concentração de cortisol salivar, que é um hormônio ligado ao estresse. Além de testes comportamentais que mensuram a emocionalidade e cognição e isolamento das células do sistema imunológico dos leitões”, descrevem Sharacely Farias e o professor Zanella. “Todas as medições foram feitas antes e depois do desmame. Nas células do sistema imunológico, avaliamos a expressão de genes associados à resposta ao estresse e também a produção de citocinas inflamatórias.”