O presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta quarta-feira, 19, as falas do líder do Chile, Gabriel Boric, e o chamou de “jovem apressado” pelo fato de ter cobrado um posicionamento claro dos países da América Latina sobre o que acontece na Ucrânia há 17 meses. “Não tenho que concordar com Boric, é uma visão dele. Acho que a reunião foi extraordinária. Possivelmente, a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que um jovem seja mais sequioso, mais apressado, mas as coisas acontecem assim”, disse o líder brasileiro, acrescentando que essa foi uma das mais maduras reuniões que participou entre União Europeia e América Latina. Os dois chefes de Estados, ambos representantes fortes da Esquerda na América Latina, participaram na segunda-feira, 17, e terça-feira, 18, da Cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos (Celac), realizada em Bruxelas, na Bélgica.
Durante sua fala na terça, Boric afirmou que se hoje a não havia uma declaração final na Cúpula era porque alguns países da América Latina não admitem que há uma guerra na Ucrânia. No documento, divulgado nesta quarta, há apenas uma manifestação de “profunda preocupação” com o conflito e não cita a Rússia. Durante os dois dias de encontro, houve divergência sobre a assinatura do documento. A Nicarágua se absteve. “Queria que as coisas fossem decididas tudo naquela hora, porque “o Brasil precisa, tem que decidir”. Mas ali não é só o interesse do Brasil, a gente estava discutindo a visão de 60 países”, afirmou Lula, dizendo que já teve essa mesma pressa de Boric.
Além de comentar sobre as declarações do líder chileno, antes de deixar Bruxelas, Lula também falou sobre seu encontro com representantes da Argentina, Venezuela, Colômbia e França para debater a questão da Venezuela. “A conclusão que chegamos é que a situação da Venezuela vai ser resolvida quando os partidos do país, junto com o governo, chegarem à conclusão da data da eleição e das regras que vão estabelecer nas eleições”, declarou, O petista também condenou às sanções dos Estados Unidos ao país de Maduro e as chamou de absurdas. “Venezuela não pode mais lidar com um dinheiro seu que está nos bancos de outros países. Eu sinto que, depois de tanto tempo de briga, todo mundo está cansado. O povo quer encontrar uma solução”, disse. Constantemente, Lula tem feito declarações que incomodam a comunidade internacional, porque ele sinalizada que Nicolás Maduro não é um ditador.