O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (30) que não fará qualquer “bravata” para reduzir o preço dos alimentos. O petista ainda disse que “não autorizou” a alta do diesel, e afirmou que a decisão é unicamente da Petrobras.
“Eu não tomarei nenhuma medida daquelas que sejam ‘bravata’. Eu não farei cota [de compras], não colocarei helicóptero para viajar fazenda e prender boi, como foi feito no Plano Cruzado. Não vou estabelecer nada que possa significar o surgimento de mercado paralelo”, disse Lula, em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto.
“O que nós precisamos fazer é aumentar a produção de tudo aquilo que a gente produz. Fazer com que a chamada pequena e média agricultura – que são responsáveis pela produção de quase 100% dos alimentos – possa produzir mais. Para isso, a gente precisa fazer mais financiamento, modernizar a produção dessa gente”, seguiu.
“Eu na minha idade não posso fazer bravata. Eu preciso ter mais calma, contar até 10 e depois dizer o que vou fazer”, ponderou em outro momento.
Citando como exemplo o óleo de soja e a carne, o presidente prometeu se reunir com setores produtivos para entender o que está levando à alta nos preços.
“Quando eu cheguei na presidência, o preço do óleo de soja tinha caído para R$ 4. E agora, subiu para R$ 10 ou R$ 9. Ou seja, qual a explicação de o óleo de soja ter subido? Não tenho outra coisa que não chamar os produtores de soja para saber. Por que o preço da carne, que caiu 30% em 2023, voltou a subir? É apenas a exportação? É a questão da matriz?”, questionou.
“Não falta alimento no Brasil. Acontece que nós temos que ter em conta que o Brasil virou celeiro do mundo. Aquilo que a gente falava há 20 anos atrás virou verdade, o Brasil virou o celeiro do mundo”, seguiu.
Diesel
Lula disse que não “autorizou” um reajuste do preço do óleo diesel e prometeu que mesmo que haja aumento, ficará abaixo do preço de 2022, quando o presidente era Jair Bolsonaro (PL).
“Eu não autorizei o aumento do diesel. Porque desde o meu primeiro mandato, eu aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e dos derivados de petróleo é a Petrobras, e não o presidente da República”, disse.
“Se ela [Petrobras] for fazer, ainda assim vai garantir que o preço do diesel fique abaixo do que era em dezembro de 2022. Mas ainda não fui avisado, e ela não precisa me avisar. Se ela tiver uma decisão de que, para a Petrobras, é importante fazer o reajuste, ela que faça e comunique a imprensa”, continuou Lula.
Lula também minimizou a possibilidade de uma nova greve de caminhoneiros, como a que ocorreu em 2018.
“Se tiver uma movimentação de caminhoneiros, eu vou fazer o que sempre fiz a vida inteira. Nós vamos conversar com os caminhoneiros […] Vamos conversar com todo e qualquer setor que tiver qualquer problema com o governo”, disse.