Na Bolívia, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente boliviano Luis Arce realizaram uma agenda bilateral e firmaram importantes acordos comerciais. Em sua primeira visita ao país andino após assumir o cargo pela terceira vez, Lula focou na comercialização de gás sem intermediários. O governo brasileiro pretende negociar diretamente com as indústrias, o que pode baratear a compra de gás em até 40%. Atualmente, a Petrobras é responsável pela compra e repasse do gás, e a eliminação dessa etapa pode aumentar a competitividade da indústria brasileira. Ainda não há prazo para a implementação do acordo, mas o Brasil também propôs investimentos da estatal na produção de gás na Bolívia.
Após o encontro bilateral, Lula defendeu a cooperação entre os países do Mercosul, destacando a integração física e energética da região. A Bolívia, como principal fornecedor de gás natural do Brasil, discutiu a ampliação de investimentos e o aumento do volume exportado. Lula felicitou o país vizinho por investir em biocombustíveis e ofereceu a experiência e tecnologia brasileira para contribuir com a transição energética boliviana. Além das negociações sobre gás, Lula agradeceu à Bolívia pelo envio de donativos ao Rio Grande do Sul devido às enchentes do mês passado. Os presidentes também discutiram a segurança na fronteira de mais de 3.400 km.
Outro ponto importante abordado foi a tentativa de golpe de estado na Bolívia no último dia 26. Lula manifestou apoio ao governo de Luis Arce, que agradeceu as manifestações e destacou a influência mundial do Brasil. Arce afirmou que as relações diplomáticas entre os países se estreitaram, indo além da exportação de gás.