Em uma declaração à imprensa neste domingo (18)
, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
relembrou do episódio em que Silvio
Santos,
que morreu no sábado (17),
o procurou,
temendo ser preso após a revelação de fraudes no Banco Panamericano,
parte do Grupo Silvio Santos, em 2010.
Para Lula, esse episódio evidenciou a “seriedade” de Silvio Santos.
“Posso contar uma coisa para vocês da seriedade do Silvio Santos. Quando teve aquele golpe no Banco Panamericano,
Silvio Santos me procurou, muito preocupado, eu era presidente”, relatou. As informações são do UOL.
“Ele estava com medo de ser preso, e eu disse ‘Silvio primeiro não há por que te prender,
nós vamos fazer investigação, o Banco Central vai ajudar a cuidar disso, o Ministério da Fazenda e vamos ver como a gente resolve o problema’, e o problema foi resolvido”, completou o presidente.
Lula também destacou que “ele deu como garantia inclusive a televisão dele,
coisa que muita gente não quer dar, o seu patrimônio,
e ele deu”.
O caso, ocorrido em 2010, foi alvo de investigação pelas autoridades competentes. Na época, o Banco Central detectou um déficit de R$ 2,5 bilhões nas contas do Panamericano.
Sem a devida capitalização, a instituição, que tinha a Caixa Econômica como sócia, enfrentaria a possibilidade de liquidação.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou ex-gestores do banco em várias ocasiões.
Em 2012, o MPF em São Paulo acusou 17 pessoas, incluindo 14 ex-diretores do banco e três ex-funcionários, por gestão fraudulenta.
Em 2020, o MPF denunciou o ex-presidente do Banco Central em relação a operações do Panamericano.
Ao todo, cinco pessoas foram acusadas por permitirem a operação que levou a Caixa Econômica a adquirir parte do Panamericano, em 2009.
O MPF aponta para uma gestão fraudulenta na Caixa Participações ao autorizar a entrada do banco estatal na instituição financeira de Silvio Santos,
expondo o banco público a riscos desnecessários.
Apesar disso, Silvio Santos nunca foi formalmente acusado pelos problemas no Panamericano.
As denúncias apresentadas pelo MPF ainda aguardam uma decisão final na Justiça.
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