Da Redação Avance News
O início, ainda que incipiente, da promissora colheita paranaense segue exercendo pressão sobre as cotações do trigo no estado. As indicações de compra FOB interior ficam entre R$ 1.250 e R$ 1.300 a tonelada.
Segundo o analista Elcio Bento, da consultoria Safras & Mercado, o produtor segue relutando em negociar a
esses valores. Os negócios antecipados também seguem demonstrando baixo apetite do vendedor.
A paridade de importação, quando se olha para a safra nova argentina, fica por volta de R$ 1.300/tonelada no interior.
“Isso mostra que, mesmo faltando quase quatro meses para a disponibilização da safra nova, o mercado já está alinhado com essa realidade. Essa antecipação é o resultado da safra nacional que se encaminha para um novo recorde”, disse.
No Rio Grande do Sul, apesar da pressão, as cotações ainda se mantêm por volta de R$ 1.300/tonelada no FOB.
“Uma preocupação recorrente nas regiões produtoras gaúchas é com as altas temperaturas, que tem aumentado a incidência de doenças. Essa condição pode aumentar a necessidade de aplicação de defensivos e, consequentemente, achatar as margens que já tendem a serem apertadas na atual temporada. Da mesma forma que no Paraná, os negócios antecipados seguem em ritmo lento”, observou o analista.
Trigo em Chicago
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços predominantemente mais baixos. Sem novidades vindas do Mar Negro, e à espera do relatório de oferta e demanda do relatório do Departamento de Agricultura do país, que será divulgado nesta sexta-feira (11), o mercado operou dentro de pequenas margens na sessão desta quinta-feira (10).
A expectativa é de que o documento mostre o efeito do clima quente e seco sobre as lavouras dos Estados Unidos, e como as tempestades ajudaram a reavivar as áreas afetadas pela seca.
Até o meio pregão, predominava o viés altista, com o dólar fraco e a melhor demanda pelo grão dos Estados Unidos. O mercado digere as vendas líquidas norte-americanas de trigo, referentes à temporada comercial 2022/23, com início em 1o de junho, que ficaram em 567.600 toneladas na semana encerrada em 3 de agosto. Destaque para a venda de 160.900 toneladas para as Filipinas.
Para a temporada 2024/25, foram negativas em 6.400 toneladas. Analistas esperavam exportações entre 250 mil e 500 mil toneladas, somando-se as duas temporadas. As informações são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Negativamente, pesa, ainda, um movimento de realização de lucros. O avanço da colheita nos Estados Unidos também contribui negativamente.
No fechamento, os contratos com entrega em setembro eram cotados a US$ 6,37 3/4 por bushel, alta de 2,75 centavos de dólar, ou 0,43%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em dezembro eram negociados a US$ 6,63 3/4 por bushel, ganho de 2,00 centavos, ou 0,3% em relação ao fechamento anterior.
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