Lionel Messi voltou à Argentina para comemorar com a torcida o título do Mundial do Qatar. Ele participará de dois amistosos com a camisa da seleção.
O primeiro evento da festa será o jogo entre Argentina e Panamá, na quinta-feira (23), no estádio Monumental de Buenos Aires. A expectativa é de lotação total, com 83 mil espectadores, enquanto milhões assistirão pela TV aberta –após decisão do governo de transmitir o jogo.
Será a primeira vez que a Argentina de Messi joga depois de vencer a França na final da Copa (4 a 2 nos pênaltis após empate em 3 a 3), no estádio Lusail, em Doha.
“Esse ano foi uma loucura para mim, consegui realizar meu sonho depois de tanto lutar, tanto buscar, tanto insistir”, disse Messi ao receber o prêmio The Best da FIFA de melhor jogador do ano.
O segundo contato do craque com o fervor popular será no amistoso contra o Curaçao, na terça-feira (28), no estádio Madre de Ciudades, em Santiago del Estero, com capacidade ampliada para 42 mil lugares.
Nesta semana, ao tentar sair para jantar com a família, o craque argentino foi cercado por torcedores em Buenos Aires.
A volta de Messi à Argentina também é uma redenção após a tentativa frustrada de comemorar o título logo após a Copa, ainda em dezembro. Na ocasião, ao voltar do Qatar, o ônibus do time não conseguiu deixar a sede da federação argentina por causa da multidão estimada em 5 milhões de pessoas, que tomou as ruas de Buenos Aires.
Messi conseguiu ver a impressionante massa humana de um helicóptero.
“Percebi que ia ser uma loucura e foi. Você vê a felicidade do povo, era inexplicável. O melhor de tudo era como eles se comportavam, porque eram 5 milhões de pessoas e nada acontecia”, Messi declarou um mês após a Copa do Mundo a uma rádio argentina.
Atentado
A euforia popular em torno do maior artilheiro da seleção argentina –98 gols– deve também encobrir as lembranças do recente e confuso atentado contra a loja dos sogros do craque. Na madrugada de 3 de março, desconhecidos em uma motocicleta atiraram contra a empresa de José Roccuzzo, pai da esposa do jogador, Antonella, em Rosário, e deixaram uma ameaça.
“Messi, estamos esperando por você. Javkin [Pablo, prefeito de Rosario] é um narcotraficante, não vai cuidar de você”, dizia um papel escrito em letras grosseiras.
O caso ganhou repercussão internacional. Mas a impressão geral a é de que o nome do astro foi usado dentro de um conflito político e social interno, em uma cidade assolada pela violência do narcotráfico.
“Falei com o menino [Messi] e ele me disse ‘fique calmo'”, disse Jorge Messi, seu pai, à imprensa. Ele acrescentou que o fato, que ainda não foi esclarecido, não vai mudar o vínculo de seu filho com Rosario.
José Roccuzzo reafirmou perante os seus empregados: “Isto não é para nós”, segundo a versão familiar divulgada à imprensa local.
O prefeito Javkin, envolvido em uma candidatura da frente de oposição ao governo, afirmou: “Qual é a maneira mais fácil de resolver os problemas de Rosario? Falar sobre Messi”.
“É claro que eles querem criar uma comoção”, disse Jorge Baclini, procurador-chefe da província de Santa Fé, cuja jurisdição é Rosario.
Messi não disse uma palavra em público sobre o fato.