Em entrevista exclusiva à CNN, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a inteligência do país obteve informações sobre a adesão dos russos ao motim protagonizado pelo Grupo Wagner no mês passado. Segundo essas informações, o Kremlin estava avaliando o apoio a Yevgeny Prigozhin – chefe do grupo paramilitar, e constatou ter amparo de metade da população.
A insurreição viu os combatentes de Wagner, liderados por Prigozhin, assumirem o controle de instalações militares em duas cidades russas e marcharem em direção a Moscou antes que um acordo secreto com o Kremlin encerrasse abruptamente a rebelião. Prigozhin retirou suas forças e desde então foi exilado em Belarus.
O incidente foi amplamente enquadrado por analistas ocidentais como uma ameaça ao verniz de controle total do presidente russo, Vladimir Putin, com especulações sobre o que isso poderia significar para a guerra enquanto a Ucrânia continua sua lenta contraofensiva.
“Metade da Rússia apoiou Prigozhin. Metade da Rússia apoiou Putin”, disse Zelensky à CNN. “Algumas das regiões russas estavam se equilibrando nesse meio tempo sem saber ao certo quem apoiar.”
“Todos nós vemos esse processo que mostra que metade da população russa está em sérias dúvidas”, acrescentou.
Embora o apoio público russo à guerra permaneça alto, essa rachadura foi ilustrada no final da insurreição, quando Prigozhin e seus combatentes Wagner se prepararam para partir da cidade de Rostov-on-Don.
Um vídeo verificado e geolocalizado pela CNN mostrou o veículo de Prigozhin parando quando um morador se aproximou para apertar a mão do líder de Wagner; ao redor deles, os moradores aplaudiram.