Da Redação Avance News
Agora em 2025 o milho deve continuar a ser um pilar estratégico do agronegócio brasileiro, fundamental para a agricultura familiar e para grandes produtores. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), faz projeções otimistas e iniciativas, mas alerta que o sucesso dependerá de um manejo eficiente, da adoção de soluções tecnológicas e do apoio governamental para garantir a sustentabilidade e a produtividade das lavouras.
As vendas de milho no Brasil alcançaram resultados históricos em 2024, impulsionadas pelo Programa de Venda em Balcão (ProVB) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além do recorde de 111,9 mil toneladas comercializadas – um crescimento de 70% em relação a 2023 – o setor enfrenta desafios climáticos e avança no uso de soluções sustentáveis, como bioinsumos, para garantir a produtividade. As projeções para 2025 indicam novos avanços, mas também exigem atenção redobrada nas lavouras.
O aumento nas vendas está diretamente relacionado à ampliação do alcance do ProVB, que atendeu 11.886 criadores em 2024, um crescimento de aproximadamente 50% em comparação a 2023. O diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Arnoldo de Campos, destaca que o programa é essencial para garantir a alimentação animal de pequenos criadores da agricultura familiar, inseridos nas cadeias produtivas de carne, leite e ovos.
Campos enfatizou a importância das parcerias com os municípios, que ajudaram a ampliar os pontos de venda e facilitar o acesso ao milho. O estado do Piauí foi um dos maiores destaques, registrando um aumento de 98% nas vendas, passando de 9,85 mil toneladas em 2023 para 19,46 mil toneladas em 2024. Com isso, o estado ultrapassou o Ceará e tornou-se o maior volume comercializado no país.
Com uma estimativa de produção de 119,63 milhões de toneladas para a safra 2024/25, especialistas alertam para a necessidade de monitoramento intensivo das lavouras em janeiro e fevereiro. Segundo Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo da Agrobiológica Sustentabilidade, o clima quente e úmido dessas regiões favorece o aparecimento de pragas como a cigarrinha-do-milho e a lagarta-do-cartucho, que podem comprometer a produtividade.
“Cada região tem sua janela ideal de semeadura, e ultrapassá-la pode impactar negativamente o potencial produtivo”, alerta Arroyo. Alternativas como o uso de sorgo ou plantas de cobertura podem ser eficazes em alguns cenários para melhorar a qualidade do solo.
O uso de bioinsumos ganha destaque como uma solução eficiente e sustentável. Produtos biológicos ajudam a aumentar a resistência das plantas ao estresse hídrico e combatem pragas de forma ecológica. Por exemplo, bioinseticidas formulados com vírus específicos têm mostrado eficácia no controle da lagarta-do-cartucho, enquanto armadilhas amarelas e a combinação de inseticidas químicos e biológicos são essenciais para o manejo da cigarrinha-do-milho. Mais de 20 tipos de pragas podem causar prejuízos ao milho, com ciclos de vida acelerados devido ao clima quente. Isso reforça a necessidade de um manejo integrado, incluindo monitoramento constante, eliminação de milhos voluntários e boas práticas agrícolas.
A Conab projeta a comercialização de 131,4 mil toneladas de milho, um crescimento de 17% em relação a 2024. Para sustentar essa expansão, foi publicada a Portaria Interministerial Mapa/MF/MDA nº 21/2024, que autoriza a Conab a adquirir até 50 mil toneladas de milho por meio de leilões públicos e aloca até R$ 144,2 milhões para a equalização de preços.