24/04/2024 – 21:17
Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados debateu o assunto
O Ministério do Esporte apontou aumento da procura por patrocínio por meio de lei de incentivo. Segundo a diretora de Programas e Políticas de Incentivo ao Esporte do ministério, Isania Cruvinel Sanchez, de 2022 para 2023, o número de projetos apresentados para receber financiamento por meio da Lei de Incentivo ao Esporte quase dobrou. No ano passado, o ministério recebeu quase 5,8 mil propostas. Em 2022, foram pouco mais de 3 mil pedidos.
Do total de propostas recebidas no ano passado, metade foi autorizada a captar R$ 3,2 bilhões junto às empresas. No final, receberam quase R$ 1 bilhão, uma vez que, após a autorização, o projeto pode continuar em execução por mais 24 meses, o que significa que irá continuar a receber novos recursos.
Neste ano, conforme a diretora do Ministério do Esporte, o patrocínio a projetos esportivos continua a crescer em ritmo ainda mais acelerado que nos anos anteriores. “Os investidores têm perdido a timidez ou o receio de aportar recursos nos projetos”, disse Isania Cruvinel.
Conforme lembrou o deputado Augusto Puppio (MDB-AP), a Lei de Incentivo ao Esporte permite que as empresas deduzam até 2% do Imposto de Renda devido a projetos esportivos. Pessoas físicas podem abater até 7% do valor a pagar. Foi Augusto Puppio quem propôs o debate na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24).
Segundo o parlamentar, o objetivo do encontro foi ouvir empresas que aderiram à ideia e incentivar outras a colaborarem com o desenvolvimento de projetos esportivos. “A lei de incentivo ao esporte é uma lei que encanta qualquer empresário que queira, de fato, entregar na ponta, direto ao atleta, como meio de promoção de saúde, mas também de inclusão social.”
Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Augusto Puppio quer incentivar mais empresas a colaborarem com projetos esportivos
Inclusão Social
De acordo com o gerente-executivo de comunicação e responsabilidade social da Shell Brasil, a empresa não financia atletas de alto rendimento, mas busca incentivar o esporte como instrumento de inclusão e cidadania. Segundo Glauco Paiva, o maior retorno para a companhia com o investimento em projetos sociais é em melhora do ambiente de trabalho.
“O senso de orgulho e de pertencimento que a gente sente nos nossos funcionários e colaboradores. Isso é uma benesse. Porque sem dúvida, isso atua diretamente no ânimo da companhia, as pessoas se sentem representadas, as pessoas se sentem parte de algo que está trazendo realmente um impacto social positivo, isso faz total diferença”, afirmou.
Glauco Paiva relatou que a Shell destinou R$ 82,6 milhões a projetos culturais e esportivos em 2024. Dos beneficiados, 17 receberam os recursos por meio da lei de incentivo ao esporte.
O diretor-presidente do Instituto John Deere, Edilson Rodrigues de Proença, ressaltou que o Brasil talvez seja o único país no mundo a permitir que as empresas deduzam 100% dos aportes em projetos esportivos e culturais do imposto de renda devido.
De acordo com Edilson Proença, o Instituto John Deere investiu R$ 90 milhões em projetos sociais em 2023. Desse valor, 18 milhões foram para o esporte.
A gerente da Fundação Vale, Fernanda Fingerl, afirmou que a instituição destinou R$ 110 milhões a 130 projetos por meio da lei de incentivo ao esporte. Assim como as demais empresas participantes da audiência, a Vale conta com uma plataforma própria para recebimento de propostas. Um comitê da empresa analisa e seleciona quem será beneficiado.
Para apresentar o pedido, o projeto não precisa estar cadastrado no Ministério do Esporte. Mas, caso seja selecionada, a proposta precisa já ter a aprovação do órgão no momento de receber o benefício.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Geórgia Moraes