Da Redação Avance News
Pesquisadores da Escola Superior de Cultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e da Universidade Federalista de Viçosa (UFV) mostraram pela primeira vez que o pigmento tirado da árvore de urucum (Bixa orellana) não é produzido exclusivamente na semente, mas também em outros órgãos da vegetal, em um processo que se intensifica na tempo adulta. O estudo, divulgado no Journal of Experimental Botany, descreve ainda modificações genéticas na espécie capazes de otimizar a produção do pó de urucum.
Sabido porquê colorau na indústria alimentícia, o pó de urucum é amplamente utilizado para dar cor a vitualhas e bebidas. Também entra na constituição de medicamentos e cosméticos, porquê protetores solares. Sua demanda vem aumentando nos últimos anos, graças à maior procura por produtos que contenham ingredientes naturais. De conciliação com dados publicados na Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, o Brasil é o maior produtor mundial do pigmento – com destaque para o estado de São Paulo.
“Saber melhor as características anatômicas e fisiológicas das espécies nativas do bioma brasílio, principalmente as de valia econômica, porquê é o caso do urucum, e entender as vias genéticas envolvidas em seu desenvolvimento e nas substâncias que produzem permite aprimorar seu manejo – um tanto fundamental no contexto das mudanças climáticas”, diz Fábio Tebaldi Silveira Nogueira, pesquisador do Laboratório de Genética Molecular do Desenvolvimento Vegetal do Departamento de Ciências Biológicas da Esalq-USP e um dos coordenadores do trabalho.
No estudo financiado em segmento pela FAPESP, pesquisadores do grupo de Nogueira e do Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais/Bioagro da UFV, coordenado pelo professor Wagner Campos Otoni, analisaram a produção desse pigmento ao longo de todo o desenvolvimento da vegetal, dando atenção próprio à transição da tempo juvenil para a adulta. A explicação para esse enfoque é que o urucum utilizado na indústria é normalmente tirado da semente, indicando maior produção no período maduro da árvore.
“Por meio de testes de laboratório, avaliamos vegetalidade em diferentes estágios de desenvolvimento e observamos que a produção do pó de urucum se acentua quando a vegetal muda do estágio juvenil para adulto, inclusive nas folhas”, conta Nogueira.
Estudo genético
Com esses resultados em mãos, os pesquisadores buscaram entender quais vias genéticas e fisiológicas estão envolvidas na mudança da produção do pigmento ao longo do desenvolvimento da folha. No núcleo das investigações esteve a via regulada pelo microRNA 156, sabidamente responsável pela mudança da tempo juvenil para a adulta em diversas outras vegetalidade.
Os pesquisadores observaram que o declínio da produção do microRNA 156 (término da tempo juvenil) coincidia com o aumento de produção do pigmento. O próximo passo para validar essa informação na árvore de urucum foi modificar geneticamente uma vegetal para que ela superexpressasse justamente o microRNA 156. Análises anatômicas, proteômicas e estatísticas confirmaram: quanto maior é a produção desse microRNA, mais características juvenis são observadas na vegetal, que vagar a mudar de tempo. “As folhas que se mantêm por mais tempo em estado juvenil apresentam um formato modificado, com menos canais para liberar o pigmento”, explica Nogueira.
“Em relação a aspectos moleculares, observamos que várias enzimas envolvidas na via de produção do pigmento são reprimidas na vegetal juvenil. Mas o que mais chamou atenção foi a maior presença de um hormônio relacionado ao estresse, o ácido abscísico [ABA]: porquê o ABA e o pó de urucum compartilham vias metabólicas similares, é porquê se a vegetal transferisse segmento do carbono que usaria para fabricar o pó de urucum para essa outra traço de produção – atividade que, na natureza, poderia ser explicada pela proteção originário oferecida pelo hormônio contra intempéries.”
Outro vista observado na vegetal alterada geneticamente foi a redução da produção de outros metabólitos na tempo jovem, além do pó de urucum. É o caso dos terpenos, que podem ser utilizados, inclusive, na medicina, por conta de suas atividades microbióticas. A informação indica o melhor momento para sua extração.
Também participaram do estudo pesquisadores da Universidade Estadual do Setentrião Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), da Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP), da Universidade Federalista da Paraíba (UFPA) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).