O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) criticou a politização do plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) que foi desmantelado pela Polícia Federal (PF) e disse esperar que o governo federal apoie o projeto de lei que ele protocolou sobre o tema. As declarações foram feitas pelo senador durante entrevista exclusiva ao Morning Show, da Jovem Pan News, desta quinta-feira, 23. Questionado sobre o posicionamento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirmou que Moro agiu com “mau-caratismo” por tentar politizar o tema, o ex-juiz e ex-ministro disse que quem começou a politizar foi o presidente Lula, fazendo referência às falas do petista sobre ele ditas durante entrevista na terça-feira, 21. Moro disse que nunca se reportou a Lula de maneira ofensiva e que o presidente, ao usar frases “infelizes” contra o senador na terça-feira, politizou a questão.
“Quem começou a politização disso foi o presidente da República na terça-feira com aquelas frases infelizes. Quando eu fui juiz da Operação Lava-Jato, eu e os outros juízes que condenarm o presidente por corrupção, ninguém se reportou a ele de maneira ofensiva. Analisamos fatos, provas. Fizemos o nosso trabalho. Quando o presidente veio com essas frases infelizes na terça, ele acabou politizando a questão. Ontem eu fiz o discurso na tribuna e o próprio senador Randolfe e outros prestaram solidariedade, mas a gente começa a achar estranha essa solidariedade.”Eu me solidarizo, mas quero criticar o senador ou dizer que ele fez isso”. Eu não fiz isso. Fui na tribuna e coloquei muito claramente: meu objetivo como senador é construir e apresentar projetos que melhorem a vida das pessoas”, afirmou Moro.
Em seguida, Moro disse que a reação às ameaças deve ser a apresentação de projetos para melhorar a segurança no Brasil, reiterando que não quer partidarizar o episódio e afirmando esperar que o governo apoie o projeto de lei que foi apresentado por ele. “Diante dessa ameaça grave do crime organizado, o que a gente tem que fazer? Reagir. O que a gente faz quando a gente sofre uma ameaça como senador? Você apresenta um projeto de lei para evitar que os fatos ocorram novamente. Não quero partidarizar ou tornar uma questão política. Quem começou a tratar isso como uma questão política chama-se Lula. Eu coloquei claramente: as frases são infelizes, mas vamos olhar para frente. O que eu espero diante de tudo que aconteceu é que haja um gesto do governo federal para apoiar o projeto que eu apresentei”, concluiu.
Fonte: JP