Além de serem maioria no ensino superior em Mato Grosso, a presença feminina ainda é dominante em cursos tradicionalmente associados a carreiras do cuidado e da educação, como aponta o Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os cursos avaliados, a área de Serviço Social tem a maior ocupação feminina: 93,4% dos graduados são mulheres.
Outros cursos com ampla predominância feminina foram Formação de Professores sem áreas específicas (92,5%) e Enfermagem (85,1%). Entre os bacharéis de Direito, 54,2% eram mulheres.
Por outro lado, em áreas ligadas à tecnologia e ao setor agropecuário, a participação masculina foi superior. Apenas 22,6% dos graduados em Ciência da Computação eram mulheres, enquanto no curso de Produção Agrícola, Agropecuária e Zootecnia, a presença feminina foi de 29,9%, com 70,1% de participação masculina. Na medicina, 54% eram homens, no entanto houve uma predominância das mulheres entre os formados até 25 anos: 63% eram mulheres.
Ainda assim, de forma geral, a dominância feminina no ensino superior é uma conquista. Durante séculos, a educação feminina foi limitada por barreiras legais e culturais que restringiam o acesso ao conhecimento. No Brasil, antes de 1827, as mulheres sequer podiam frequentar a escola. Quando finalmente foram autorizadas, o ensino que recebiam era reduzido, moldado para a vida doméstica. No ensino superior, o caminho era ainda mais estreito: além da falta de preparo acadêmico comparado aos homens, muitas precisavam da autorização dos pais ou maridos para ingressar na universidade. Da exclusão ao protagonismo, atualmente as mulheres são 61% dos graduados no estado.