Casos agudos de covid-19 aumentam no Setentrião e Nordeste
Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por covid-19 apresentam tendência de subida em estados do Setentrião e Nordeste, informa o último boletim InfoGripe da Instalação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O movimento segue em sentido oposto do resto do Núcleo-Sul, região em que a tendência é de queda.
A estudo tem porquê base os dados da semana de 21 a 27 de janeiro e das seis semanas anteriores, inseridos até 29 de janeiro no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).
Os casos de síndrome respiratória aguda grave são aqueles em que os pacientes apresentam sintomas respiratórios mais agudos durante as infecções e servem de parâmetro para monitorar a incidência de vírus e bactérias que atacam o sistema respiratório, porquê o SARS-CoV-2 e o Influenza.
Aumento tardio
O pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, explica que o Setentrião demorou mais a ser afetado pelo prolongamento da covid-19 ocorrido no segundo semestre de 2023 no restante do país. “O aumento começou pelo Núcleo-Sul e afetou o Nordeste no final do ano pretérito, chegando ao Setentrião unicamente agora na viradela do ano”, observou Gomes.
O boletim aponta prolongamento da SRAG por covid-19 no Amapá, em Mato Grosso, no Pará, em Pernambuco, no Piauí, em Sergipe e no Tocantins. Já em Alagoas e no Rio Grande do Setentrião, verifica-se interrupção na tendência de prolongamento.
Crianças e idosos
Segundo a Fiocruz, nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade por covid-19 mantém maior impacto nas crianças até 2 anos e população a partir de 65 anos de idade.
“Enquanto a incidência de SRAG apresenta impacto mais ressaltado nas crianças até dois anos de idade, em termos de mortalidade temos o inverso, com a população a partir de 65 anos sendo a mais impactada”, diz Gomes.
Neste ano, já foram registrados 4.240 casos de síndrome respiratória aguda grave e 35% foram causados por qualquer vírus respiratório. Entre esses casos virais, dois terços são resultado de infecções pelo SARS-CoV-2.
