Da Redação Avance News
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) intimou a Nvidia em sua investigação sobre práticas antitruste. As solicitações judiciais vêm porque autoridades têm duas grandes preocupações em relação ao domínio da fabricante de chips de inteligência artificial (IA) do mercado.
Segundo fontes ouvidas pelas Bloomberg, uma delas é a empresa dificultar a troca para outros fornecedores. A outra é a companhia prejudicar consumidores que não usam seus chips de IA. A Nvidia atribui seu domínio de mercado à qualidade de seus produtos.
O DOJ já tinha entregado questionários referentes à sua investigação à empresa. A intimação – feita a outras empresas também – obriga os destinatários a fornecerem informações. Na prática, é uma subida de tom por parte do órgão.
Investigação antitruste analisa aquisições e (supostas) vantagens oferecidas pela Nvidia
Entre o que reguladores analisam, no âmbito da investigação do DOJ, está a compra da RunAI pela Nvidia. A empresa desenvolve software para gerenciar computação em IA. Há preocupações de que a aquisição limite as opções dos clientes que desejam utilizar chips de IA de outros fabricantes.
Os regulares também investigam se a Nvidia oferece fornecimento e preços preferenciais a clientes que usarem exclusivamente sua tecnologia ou comprarem versões completas dos seus sistemas, disseram as fontes ouvidas pela Bloomberg.
Quando questionada sobre a investigação, a Nvidia respondeu o seguinte, num comunicado enviado por e-mail: “A Nvidia vence [a competitividade no mercado] por mérito, como refletido em nossos resultados de benchmark e no valor para os clientes, que podem escolher a solução que melhor atende suas necessidades.”
A Nvidia tem chamado a atenção de reguladores desde que se tornou a fabricante de chips mais valiosa do mundo. Além disso, a empresa é uma das principais beneficiárias do boom de IA ocorrido a partir do final de 2022, quando a OpenAI lançou o ChatGPT.
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Queda de ações
As ações da Nvidia sofreram quedas nos últimos meses. Inicialmente, houve uma retração de 7% após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre fiscal, encerrado em julho (apesar de eles terem superado as expectativas do mercado).
No entanto, a maior queda ocorreu após a publicação da reportagem da Bloomberg sobre a investigação antitruste, com as ações registrando um declínio recorde na terça-feira (03).
Essa volatilidade reflete a incerteza em torno do futuro da empresa, que tem sido alvo de crescente escrutínio por parte dos reguladores. Assim, a investigação antitruste é mais uma sombra que paira sobre a empresa.