Da Redação Avance News
Uma película à base de mandioca e capim-limão foi desenvolvida para aumentar a durabilidade da manga, no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), campus de Vitória da Conquista.
De acordo com a Uesb, o resultado da pesquisa impacta produtores, comerciantes e consumidores da manga.
Isso porque a técnica desenvolvida melhora a aparência da fruta, deixando-a mais brilhosa, além de inibir a perda de umidade excessiva, que gera a aparência murcha.
“A película recobre os principais locais de perda de umidade na casca das frutas, reduz as trocas gasosas e, por consequência, provoca uma redução da taxa respiratória, que é o principal processo responsável pelo amadurecimento de uma maneira geral”, detalha Matheus Almeida, responsável pelo projeto.
Segundo o pesquisador, o número de frutas in natura desperdiçadas por conta desse amadurecimento acelerado ainda é grande, sobretudo as frutas climatéricas, ou seja, aquelas que têm um amadurecimento mais rápido após a colheita.
“Os revestimentos comestíveis podem reduzir os efeitos de danos mecânicos, a perda de umidade e o amadurecimento, podendo garantir um maior tempo de prateleira”, explica.
O pesquisador ainda destaca a contribuição no comércio de longas distâncias. “Além disso, as frutas podem chegar a mercados mais distantes, que antes, em função do rápido amadurecimento, dificuldade no transporte e longas distâncias, não conseguiriam chegar e não poderiam ser apreciadas por estes consumidores”, lembra.
Outro benefício identificado é o combate à antracnose, principal doença pós-colheita da cultura da mangueira, causando manchas ou lesões escuras por toda a sua superfície.
Esse efeito é resultado do uso do óleo essencial de capim-limão na formulação da película, que promoveu uma atividade antimicrobiana contra o fungo gerador da doença.
Como é feita
A película desenvolvida na pesquisa é formada a partir do amido de mandioca fermentado e oxidado, obtido de produtores familiares da região da cidade baiana de Belo Campo, com adição de uma plastificante de grau alimentício (glicerol) e emulsão de óleo essencial de capim-limão.
Assim que a solução fica pronta, a fruta é mergulhada por 20 minutos para a formação da película protetora, com posterior secagem em superfície vazada para drenar o excesso da solução.
A técnica inovadora de conservação gerou um pedido de patente, já depositado e em análise pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi).
A Uesb informou ainda que agora, a pesquisa continua sendo aprofundada no Doutorado do Programa.
“A ideia é ampliar o estudo para ver esse efeito que a gente conseguiu observar no controle da antracnose. Além disso, iremos verificar o estudo da infestação por pragas, que é o grande problema na cultura de manga e, para exportação, é bastante exigido essa não contaminação”, conta a professora Cristiane Veloso, orientadora do estudo.
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