Da Redação Avance News
A energia solar tem crescido como fonte de energia essencial em alguns locais, como é o caso do Caribe. Por lá, as ilhas estão deixando de importar combustíveis fósseis caros para investir em sua própria energia solar, impulsionada por ventos e sol abundantes.
No entanto, essa forma de geração tem um problema: as alterações climáticas. Por exemplo, quando não há incidência de sol, não há geração. Outro caso que afeta as ilhas caribenhas são os furacões frequentes, que prejudicam a geração e distribuição da energia solar. Para contornar isso, pesquisadores criaram um método capaz de evitar essas perdas.
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Solução para perdas na energia solar
Quando tempestades ou furacões ofuscam os painéis solares, não há geração de energia solar. Com o Caribe dependendo cada vez mais dessa fonte, pesquisadores do Laboratório Nacional de Oak Ridge criaram um modelo para prever a queda na geração e distribuição de eletricidade de forma a continuar abastecendo as ilhas.
O pesquisador principal, Rodney Itiki, explicou que uma iniciativa como essa é essencial para manter o acesso equitativo à eletricidade nas 12 ilhas caribenhas e nos territórios americanos de Porto Rico e Ilhas Virgens.
O que ele e sua equipe propuseram a partir do modelo preditivo é uma “super-rede” capaz de fazer a energia fluir entre ilhas e continentes. Assim, o Caribe não depende apenas da energia solar produzida nas ilhas afetadas pelos furacões ou outros eventos climáticos, mas também de fora.
Modelo preditivo
- O primeiro passo da pesquisa foi entender o impacto das nuvens de furacões nos sistemas elétricos do Caribe;
- Para isso, os cientistas usaram o algoritmo preditivo para analisar a integração das redes elétricas, a geração das energias renováveis e como isso afeta a disponibilidade de eletricidade em diferentes locais;
- O modelo analisou, por exemplo, como um grande furacão de 10 a 14 dias de duração reduziria a geração de energia solar se percorresse 10 caminhos diferentes ao longo da passagem pelo Caribe;
- Segundo Itiki, para projetar um sistema de geração e distribuição de energia solar melhor, eles precisam considerar todos os cenários possíveis – principalmente o pior.
Super-redes de distribuição de energia solar
De acordo com o TechXplore, depois de ter os cenários mapeados, a equipe fez um novo mapeamento, dessa vez de como as “super-redes” propostas funcionariam para melhorar a distribuição de energia solar entre as ilhas.
Os pesquisadores analisaram quatro possibilidades de “super-redes”: uma rede autônoma dos Estados Unidos; uma super-rede autônoma do Caribe que unisse todas as ilhas; um super-rede colaborativa entre Estados Unidos e Caribe; e uma super-rede conectando os Estados Unidos, o Caribe e a América do Sul.
Veja como cada uma se saiu:
- A super-rede autônoma do Caribe foi a menos útil das propostas, porque a trajetória dos furacões normalmente se alinha com a localização na qual essa estrutura ficaria, o que prejudicaria a geração de qualquer forma;
- A rede com conexão com a América do Sul e Estados Unidos era a maior proposta, com pontos de geração na Califórnia e no Brasil, que não são afetados pelos furacões. No entanto, essa alternativa não reduziu significativamente as variações na distribuição de energia, porque os locais ainda têm poucas instalações solares;
- Ainda assim, essa opção daria uma maior segurança à distribuição de energia solar no Caribe no caso de outra alternativa falhar;
- A proposta que se saiu melhor foi a super-rede colaborativa entre Estados Unidos e Caribe, que aumenta a confiabilidade da energia.
Próximos passos
Com essa conclusão em mente, Itiki quer continuar estudando como a proposta da super-rede colaborativa pode melhorar a confiabilidade energética tanto no continente quanto nas ilhas caribenhas. Por exemplo, durante uma queda na energia nos EUA, poderia o Caribe ajudar na geração?