Presidente do INSS diz que ressarcirá todas as vítimas de fraude
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta quinta-feira (8) que todos os beneficiários que reclamaram de descontos indevidos e não autorizaram nenhuma filiação associativa serão ressarcidos. A declaração foi feita após o avanço da Operação Sem Desconto, que revelou um esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas.
Os desvios envolvem cobranças associativas feitas sem consentimento dos segurados. De acordo com as investigações, entidades de fachada vinculadas a sindicatos e associações cadastravam aposentados como sócios sem autorização e passavam a debitar mensalidades diretamente do benefício. Em muitos casos, os segurados sequer sabiam da suposta afiliação.
“O dia 14 de maio será a data em que o INSS irá disponibilizar informações, via aplicativo Meu INSS, para todos os brasileiros que tiveram descontos associativos”, disse Waller. O órgão reforçou que o contato com os afetados será feito apenas pela plataforma oficial ou pelo número 135. Beneficiários devem ignorar mensagens por SMS ou ligações telefônicas com promessas de reembolso pela possibilidade e risco de novos golpes.
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, também se manifestou. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou uma apuração rigorosa das responsabilidades e punição dos envolvidos. “Vamos até as últimas consequências na responsabilização dos culpados”, afirmou o ministro, em coletiva nesta quarta.
A ofensiva do governo também alcançou a esfera judicial. O advogado-geral da União, Jorge Messias, informou que foi apresentada uma ação cautelar pedindo o bloqueio de bens de 12 entidades que teriam atuado para lesar aposentados e pensionistas. A medida, segundo Messias, foi tomada por orientação direta do presidente Lula.
A Operação Sem Desconto foi deflagrada no fim de abril e identificou mais de 20 milhões de reais em prejuízos causados a beneficiários do INSS. Segundo o governo, cerca de 800 mil pessoas foram afetadas em todo o país.