sexta-feira, 21 fevereiro 2025
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Presidente sugere vender combustível sem intermediários

Da Redação Avance News

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reacendeu um velho debate ao criticar a diferença entre o preço da gasolina na Petrobras e o valor pago pelos consumidores nos postos. Segundo ele a estatal vende o combustível a R$ 3,04 por litro, mas nas bombas o valor chega em média a R$ 6,49. O presidente sugeriu que a Petrobras passe a vender diretamente a grandes consumidores. A proposta, porém, esbarra na complexa estrutura do setor e em uma longa história de tentativas frustradas de eliminar intermediários na distribuição de combustíveis.

A proposta surge em um momento em que o governo busca formas de reduzir o impacto da inflação no bolso do consumidor. No entanto, como ocorreu no passado, eliminar intermediários pode não ser a solução definitiva para os preços dos combustíveis.

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) rebateu as declarações, destacando que a formação dos preços envolve diversos fatores além da distribuição. Entre eles estão impostos federais e estaduais, que somam R$ 0,79 por litro, além da necessidade de misturas obrigatórias para tornar os combustíveis prontos para o consumo.

Além disso, especialistas alertam que a venda direta pela Petrobras exigiria mudanças na legislação e poderia impactar a concorrência no setor. A estatal já controla a maior parte do refino no país e, se passasse a vender diretamente, poderia gerar distorções no mercado.

Especialistas apontam que a venda direta de combustíveis pela Petrobras exigiria mudanças na legislação vigente. Além disso, ressaltam que a carga tributária e a logística de distribuição são fatores determinantes no preço final dos combustíveis, e que a eliminação de intermediários poderia afetar a oferta e a concorrência no mercado.

Isan Rezende

CARGA PESADA – Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, o presidente Lula está com o foco errado. “É preciso compreender que os impostos não estão ali à toa. Eles financiam serviços essenciais e contribuem para a manutenção da infraestrutura e do próprio sistema de transporte e distribuição de combustíveis. A solução não está em cortar intermediários, mas em revisar essa carga tributária, que tem se mostrado um dos maiores vilões no preço final”.

“A proposta pode até parecer uma solução simples, mas ignora a complexidade da formação dos preços. A diferença entre o preço da gasolina na Petrobras e o valor pago pelo consumidor é causada por uma série de fatores, sendo os impostos uma parte significativa desse aumento. PIS/Cofins, Cide e o ICMS somam R$ 0,79 por litro, o que impacta diretamente o custo final para o consumidor”.

“Além disso, a ideia de a Petrobras vender diretamente aos grandes consumidores é problemática. Isso poderia gerar distorções no mercado, afetando a livre concorrência e a oferta de combustíveis, com riscos para a estabilidade do setor. Precisamos de um debate mais profundo sobre a estrutura tributária e os reais custos da distribuição, sem propostas simplistas que não enfrentam o cerne do problema”.





Fonte: Pensar Agro

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