Da Redação Avance News
O Brasil registrou em 2024 a segunda maior colheita de trigo de sua história, com 8 milhões de toneladas, mas ainda depende fortemente de importações para suprir o consumo interno, que gira em torno de 12 a 13 milhões de toneladas anuais.
Apesar do avanço na produção, as compras externas do cereal cresceram 59% em relação a 2023, totalizando 6,65 milhões de toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O aumento reflete os desafios de alcançar a autossuficiência, especialmente diante de problemas climáticos e da necessidade de trigo de qualidade superior para panificação.
A produção nacional, concentrada nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, sofreu oscilações. Enquanto o Rio Grande do Sul teve uma safra histórica, com aumento de 77% na produtividade, o Paraná enfrentou seca e geadas, reduzindo sua produção em 29%.
Paralelamente, as exportações também cresceram, alcançando 2,83 milhões de toneladas, alta de 20,4% sobre o ano anterior, demonstrando o potencial competitivo do trigo brasileiro no mercado internacional.
Ainda que o aumento da produção seja promissor, especialistas alertam que o Brasil precisa intensificar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para melhorar a qualidade do trigo produzido. Instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desempenham papel crucial no desenvolvimento de variedades mais resistentes e adaptadas ao clima nacional.
Para 2025, as projeções apontam para a manutenção dos níveis de produção, com esforços voltados à redução da dependência de importações e ao aumento da oferta de trigo tipo pão, essencial para a indústria alimentícia do país.