Da Redação Avance News
Cerca de 80 famílias do município de São Desidério (BA), aumentaram a produção com a comercialização de alimentos, de maneira direta e indireta para órgãos públicos e rede municipal de ensino da cidade, através da agricultura familiar, por meio do Plano Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
A adequação dos produtores para atender a demanda do Pnae trouxe mais segurança financeira para muitos agricultores, que apenas comercializavam a produção na feira livre da cidade.
Filipe Gusmão, secretário de agricultura e desenvolvimento econômico, afirma que o Pnae é a principal fonte de incentivo econômico do município e que com PAA, os alimentos orgânicos são destinados também para hospitais, asilos, e outros órgãos públicos.
Segundo ele, os produtores atendem a uma demanda pré-estabelecida. “Os produtores rurais nos procuram, a gente diz quais os produtos que vão ser comercializados durante o ano, fazemos um mapeamento, eles fazem o projeto de venda, visando o que eles vão ter durante as épocas do ano, para então poder comercializarem no município, afirma.
Na propriedade da família do agricultor Ademilton José de Oliveira, as hortaliças como alface, brócolis, couve, verduras e frutas não são mais perdidas.
De acordo com Ademilton, com a parceria do Pnae e do PAA, não há perda de mercadoria.
Com o PAA e o PNAE, ampliamos nossa produção. Na feira essas hortaliças, nós vendíamos 10%, o resto era perdido. Aqui são sete hectares, quatro são de hortaliças dos cinco irmãos. Nos juntamos e furamos um poço artesiano, para atender a demanda.” -Ademilton José de Oliveira, agricultor.
Toneladas de alimentos
Ele e outros agricultores da Associação de Produtores Rurais da Samambaia, na zona rural do município, produziram no último mês mais de 500 pés de hortaliças, 8 toneladas de banana e 3 toneladas de laranja, entre os mais de 50 produtos comercializados com a prefeitura.
Para Edison José de Oliveira, presidente da associação, a parceria deu mais segurança financeira aos 21 associados que adotam práticas de produção orgânica. “A gente vende os produtos e recebe tudo certinho. Vende pelo preço justo também, porque o preço deles são bons e ajuda por que a produção nossa é orgânica, natural, têm o seu valor também.”, disse.
A agricultora Janeth Oliveira dos Santos, que há 20 anos trabalha na lavoura, diz se sentir realizada com o trabalho próspero. “A gente fica orgulhoso do serviço que a gente faz, do que a gente tá levando pra mesa da pessoa, levando um produto de qualidade”, conta.
PNAE e agricultura familiar
De acordo com o governo federal, 30% da verba do programa nacional de alimentação escolar, deve ser investida, exclusivamente para a agricultura familiar.
O governo da Bahia informou que valor previsto para 2023 em todo o estado, é de R$ 138 milhões para aquisição de alimentos da agricultura familiar. Desse montante, R$ 103 milhões são repassados pelo governo federal e R$ 35 milhões pelo tesouro estadual.
Da lavoura, tudo que é colhido pelos produtores rurais segue para um centro de distribuição, onde os produtos são separados e encaminhados às escolas semanalmente.
Ao todo são 34 unidades de ensino e 6.476 alunos. O cardápio no município é executado pela nutricionista Maria Goreti Molinari que atende às normas exigidas pelo Pnae.
“Crianças como aqui na escola que é de período integral, eles têm que receber pelo menos 500 gramas entre hortaliças e frutas durante a semana. Geralmente aqui eles têm de duas a três frutas ao dia, saladas no almoço e no jantar e isso vem norteado já pelo Pnae”, conta.
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