quarta-feira, 27 novembro 2024
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Professora lança nesta quinta (28/11) livro sobre a trajetória de palestinos que moram em Barra do Garças

Da Redação Avance News

A professora Zenilda Lopes Ribeiro, que é doutora e docente do curso de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) campus Araguaia, lança nesta quinta-feira (28/11) o livro denominado ‘Identidade Translocal: Reflexões geográficas sobre a diáspora palestina em Barra do Garças-MT’, com objetivo de mostrar a sociedade a história de descendentes de palestinos que vieram para o leste de Mato Grosso e aqui construíram uma história de superação, mas também de saudades da terra natal.

O livro será lançado no Centro Cultural Valdon Varjão, no Porto do Baé, a partir das 20 horas.

Zenilda trabalhou este assunto durante quatro anos na sua tese de doutorado pela Universidade de Brasília (UNB) que foi concluído em 2022 e agora vira um livro para compartilhar essas informações com a população.

Esta tese tem como objetivo investigar como a translocalidade se reflete na construção da identidade dos palestinos e descendentes de Barra do Garças-MT, bem como documentar o processo diaspórico e as estratégias socioespaciais compartilhadas na mobilidade.

A criação do Estado de Israel em 14 de maio de 1948 e outros eventos subsequentes, como ocupação do território dos palestinos pelo exército israelense na guerra de 1967, aliado aos problemas socioeconômicos, provocaram a emigração de levas da população palestina, para vários países do mundo, denominado de diáspora.

Muitos vieram para a América.

Em maior quantidade para a América Latina, sobretudo para o Chile e Honduras. No Brasil, os palestinos se concentraram em alguns estados, dentre eles, embora em proporção reduzida, em Mato Grosso.

Em Barra do Garças, um grupo de palestinos muçulmanos chegou a partir da década de 1950. Eles se fixaram no centro da cidade, onde cristalizou como o lugar de trabalho e moradia. Esta tese se baseia na corrente filosófica pós-estruturalista, em pesquisa qualitativa de perspectiva translocal e, principalmente, nos conceitos de identidade, diáspora e translocalidade.

Os dados da pesquisa foram obtidos por meio de pesquisa de campo exploratória, seguida de entrevistas em profundidade, presencialmente, com horário previamente estabelecido, questionário de identificação, observação participante, pesquisas documentais e registros fotográficos.

Os resultados mostram que o caráter diaspórico se revela na família espalhada, em que, pelo menos, um membro reside em outros países ou em outros estados, sem, no entanto, perder a importância do lugar na vida das pessoas.

Concluiu-se que a formação da identidade dos palestinos se faz a partir de quatro componentes: por origem, familiaridade e descendência; identificação; alteridade e por participação. Os interlocutores têm um sentimento de pertencimento, tanto com o Brasil, quanto com a localidade de origem na Palestina/Jordânia.

Essa afinidade se intensifica com um tipo de retorno transitório, de ―ir e voltar‖, mantendo, entretanto, a ideia de um retorno definitivo para uma pátria imaginada.

A identidade é assim, construída e retroalimentada por uma mobilidade vivenciada e vicária na qual se desenvolve variados vínculos que os conectam uns com os outros em um sistema rizomático, que resulta em um tipo diferente de identidade, a identidade translocal.

Quem é a professora Zenilda Lopes Ribeiro

A professora Zenilda é do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Campus do Araguaia, Universidade Federal de Mato Grosso. Com graduação em Licenciatura, Bacharelado e Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso; Especialização em Educação Ambiental pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT); Doutorado em Geografia pela Universidade de Brasília (UnB). Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase em Geografia Urbana, Geografia Cultural e Geografia de Mato Grosso. Tem interesse em pesquisas relacionadas a Gestão Ambiental e Territorial, Geografia Translocal, Etnogeografia, Cidades, Espaços Públicos, Cultura, Migrações, Religiões e Oriente Médio.
 

Fonte: Araguaia Notícia

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