O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira (24) a lei que cria o “rublo digital”. Assim, a Rússia se junta a uma lista de mais de 20 países – incluindo o Brasil – que já têm leis próprias ou preparam a legislação para terem suas próprias moedas digitais.
A legislação para aprovar a “criptomoeda nacional” chegou ao Conselho da Federação, a câmara alta do parlamento da Rússia, na quarta-feira (19). Com a aprovação e sanção de Putin, a expectativa é que o Banco da Rússia comece a testar o rublo digital já em agosto.
O decreto assinado foi publicado na página do governo russo na internet.
Mais da metade dos bancos centrais do mundo estão considerando ou desenvolvendo moedas digitais, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Pelo menos 20 países trabalham em pilotos, como Brasil, Índia, Japão, China, cujo projeto atinge 260 milhões de pessoas e está sendo testado em áreas como transporte público e comércio eletrônico, segundo pesquisa publicada pelo think tank norte americano Atlantic Council.
Enquanto criptomoedas como o bitcoin (BTC) fazem uso de sistemas de pagamentos descentralizados que não dependem de governos, as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) são emitidas e reguladas por seus respectivos estados.
Os defensores dizem que eles facilitam o fornecimento de serviços bancários a grupos sociais mal atendidos, aumentam a eficiência dos pagamentos e reduzem os custos das transações, enquanto os céticos alertam para as preocupações com a privacidade e os riscos de segurança dos ataques cibernéticos.
O Banco da Rússia planeja executar um projeto piloto com 15 dos credores do país. Isso permitirá que indivíduos e empresas abram uma carteira digital na plataforma do banco central que será acessível por meio de qualquer credor russo.
As transações com o rublo digital serão gratuitas para pessoas físicas, enquanto as empresas terão que pagar uma taxa de 0,3% sobre as transações, segundo orientação do banco.
O banco central da Rússia deu andamento ao projeto de moeda digital depois de amplas sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados cortarem os bancos russos do sistema financeiro global em resposta à invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin em fevereiro de 2022.
Os bancos estrangeiros também aplicaram políticas cada vez mais restritivas aos pagamentos da Rússia, que busca enfraquecer o impacto das sanções ao impulsionar o comércio em moedas nacionais com países como China e Índia, que têm sido mais neutros na guerra.
O rublo caiu mais de 18% em relação ao dólar até agora este ano, o pior desempenho entre as moedas de mercados emergentes atrás apenas da lira turca e do peso argentino.
*Publicado por Dimalice Nunes