Da Redação Avance News
Atualmente, as produções audiovisuais nacionais têm conquistado maior reconhecimento junto ao público brasileiro. No entanto, o cinema nacional ainda enfrenta desafios em termos de divulgação abrangente no país e gera pouco interesse na maioria das pessoas.
Entretanto, apesar de enfrentar uma série de dificuldades ao longo de sua existência e formação, o audiovisual brasileiro é bastante rico, diversificado e possui muita história por trás para contar.
Diante disso, decidimos apresentar os 10 melhores filmes brasileiros, de acordo com uma lista elaborada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE), intitulada “Os 100 Melhores Filmes Brasileiros“. Essa lista contou com a participação dos principais críticos de cinema do Brasil.
A seguir, estão os 10 primeiros colocados.
10 principais filmes nacionais
Macunaíma (1969)
Joaquim Pedro de Andrade dirigiu “Macunaíma”, uma adaptação do romance homônimo de Mário de Andrade. O filme é uma comédia surrealista repleta de simbolismos da cultura brasileira e de críticas sociais.
A produção conta com nomes de peso do cinema e da televisão brasileira, como Grande Otelo, Paulo José, Dina Sfat, Milton Gonçalves, Jardel Filho, Rodolfo Arena, Joana Fomm, Wilza Carla, Hugo Carvana e Zezé Macedo.
Disponível no GloboPlay.
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O Pagador de Promessas (1962)
Anselmo Duarte dirige a adaptação da peça teatral homônima escrita por Dias Gomes, que por sua vez foi inspirada em uma história real, “O Pagador de Promessas” ganhou a prestigiada Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1962.
Na história, um homem simples (Leonardo Villar) faz uma promessa a Santa Bárbara em um terreiro de Candomblé para salvar seu burro doente. Quando o burro se recupera, ele cumpre a promessa carregando uma cruz até a igreja de Santa Bárbara em São Paulo. No entanto, ao chegar lá, o padre (Dionísio Azevedo) se recusa a recebê-lo ao saber dos detalhes.
O filme está disponível gratuitamente na plataforma Itaú Cultural Play. Também está disponível no GloboPlay.
Cidade de Deus (2002)
Esse é com certeza um dos filmes nacionais mais populares e provavelmente um dos poucos que a maioria das pessoas assistiram desta lista. Sob a direção de Fernando Meirelles e Kátia Lund, o longa foi muito bem sucedido dentro e fora do Brasil. A produção recebeu quatro indicações ao Oscar de 2004.
O filme conta com uma estética pop influenciada de filmes policiais e de crime americano, uma montagem dinâmica e utiliza locações reais e atores não profissionais moradores de comunidades humildes do Rio de Janeiro.
Disponível para assinantes da Netflix, Amazon Prime Video e Paramount+.
São Paulo, Sociedade Anônima (1965)
Dirigido por Luís Sérgio Person, “São Paulo, Sociedade Anônima” explora temas como alienação, desilusão, o vazio, a angústia e falta de perspectiva na vida automatizada e mecânica em uma grande metrópole.
O filme é um drama urbano que retrata a vida de um executivo (Walmor Chagas) de uma grande empresa em São Paulo que se sente alienado e insatisfeito com a vida de classe média alta que leva.
Disponível para assinantes do Looke e GloboPlay.
O Bandido da Luz Vermelha (1968)
Este filme de Rogério Sganzerla é considerado um dos marcos do cinema marginal, movimento cinematográfico que representou uma ruptura com o Cinema Novo, adotando um enfoque mais experimental, abstrato e fragmentado.
Inspirado em fatos reais envolvendo o criminoso conhecido como “O Bandido da Luz Vermelha”, o filme mistura elementos do cinema de gênero americano, como o policial e o noir, com um estilo rigidamente experimental, marcado por desconstruções visuais e pelo abandono da narrativa convencional.
Disponível para assinantes do Mubi. Também está disponível gratuitamente na plataforma Itaú Cultural Play
Terra em Transe (1967)
“Terra em Transe” é uma das obras mais emblemáticas do Cinema Novo, um movimento cinematográfico que buscava retratar a realidade social, política e cultural do Brasil com uma perspectiva crítica e inovadora.
Articulado esteticamente de um modo poético e dialético, o filme de Glauber Rocha é uma alegoria sociopolítica implacável do Brasil naquele período. O filme se passa em um país fictício da América Latina e segue a jornada de um intelectual e poeta (interpretado por Jardel Filho) que se envolve nas intrigas políticas e no jogo de poder.
Disponível para assinantes do Mubi e GloboPlay.
Cabra Marcado para Morrer (1984)
“Cabra Marcado para Morrer”, aclamado documentário dirigido por Eduardo Coutinho, destaca-se não somente por sua excelência, mas também por sua história de produção singular.
Em 1962, João Pedro Teixeira, líder da liga camponesa de Sapé, Paraíba, é assassinado sob ordens de latifundiários.
Coutinho inicia a rodagem de um filme sobre sua vida em 1964, envolvendo a recriação ficcional dos eventos políticos que culminaram em sua morte, com a viúva de Teixeira fazendo o seu próprio papel. Entretanto, a produção foi interrompida devido ao golpe militar.
Dezessete anos depois, em 1981, Coutinho retoma o projeto na forma de documentário, buscando Elizabeth Teixeira e outros envolvidos no filme interrompido.
Disponível para assinantes do Belas Artes à La Carte.
Vidas Secas (1963)
Um dos marcos do cinema novo, “Vidas Secas” é dirigido por Nelson Pereira dos Santos e baseado na obra literária homônima de Graciliano Ramos.
Com um tratamento cru e realista da vida dos personagens e da seca do sertão, o filme apresenta a imagem da miséria de uma forma impactante e arrebatadora.
A trama se passa no sertão nordestino e mostra uma família e seu cachorro que vivem em condições precárias e enfrentam as adversidades da seca, da fome e da exploração dos latifundiários.
Disponível no GloboPlay.
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
Outro filme de Glauber Rocha na lista, o clássico “Deus e o Diabo na Terra do Sol” é um dos mais reconhecidos e influentes exemplares do “Cinema Novo”.
O filme é situado no sertão nordestino e aborda questões sociais como luta de classes, religião, a seca e a violência. e políticas, em uma estética poética carregada de simbolismo.
O filme está disponível gratuitamente na plataforma Itaú Cultural Play.
Limite (1931)
O melhor filme de todos os tempos, segundo a Abraccine, foi incompreendido na época em que foi lançado, devido à sua abordagem experimental, narrativa não linear e abstração visual.
Dirigido por Mário Peixoto, “Limite” é um filme mudo e com um enredo enigmático. O enredo oscila entre três personagens que se encontram aprisionados em um barco à deriva em alto mar, entrelaçando-se com sequências de memórias, sonhos e visões.
Disponível para assinantes do Belas Artes à La Carte. É possível assistir ao filme gratuitamente no Libreflix.
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