Convocada para descobrir quem incentivou, organizou, financiou e dirigiu a insurreição bolsonarista do 8 de janeiro, até aqui a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) cumpriu o que dela se esperava: muito bate-boca, dispersão de assuntos e vídeo para distribuir no WhatsApp.
Até aqui, parece faltar um plano claro de investigação.
O principal recurso de apuração até aqui, aparentemente, são conversas retiradas de celulares de pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ambiente todo da Comissão reflete a mesma balbúrdia das bolhas de um lado e de outro do espectro político brasileiro. As bolhas não são capazes sequer de definir, entre elas, quais são os fatos.
O principal problema para os dois políticos dirigindo a CPMI, o presidente Arthur Maia (União-BA) e a relatora Eliziane Gama (PSD-MA), não é coibir o circo político.
O circo político, montado para lacrar na internet, é o que segura a atenção do público, que desde a CPI da pandemia encara esse espetáculo como uma espécie de reality show.
Seu dilema é demonstrar como vai investigar e a quem de fato se pretende chegar. Judiciário e Polícia Federal estão quilômetros adiante na tarefe.
E ainda não trouxeram um quadro claro do que ocorreu.