Um relatório divulgado pela operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), mostrou que os elementos radioativos presentes em peixes capturados no porto excedem os níveis de segurança para consumo humano.
O teor de Césio-137, subproduto radioativo comum em reatores nucleares, é 180 vezes maior do que o limite máximo permitido pela lei de segurança alimentar do Japão.
Dados do relatório disponível no site da TEPCO apontam que peixes da espécie Sebastes melanops, popularmente conhecidos como “black rockfish”, apresentam Césio-137 com um teor de 18.000 becquerels – unidade de medida da radiação nos materiais – por quilograma.
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O valor fixado na província de Fukushima limita o teor em 100 becquerels por quilograma para alimentos em geral – “General foods”, na tabela da esquerda disponível logo abaixo – que contém peixe.
Em 2011, um terremoto de magnitude 9 destruiu o sistema de fornecimento de energia e sistemas de resfriamento da usina de Fukushima, desencadeando o derretimento dos reatores. O acidente liberou grandes quantidades de radiação no ambiente.
De acordo com a revista Nature, a água do mar foi contaminada com 64 elementos radioativos. Entre eles, o Carbono-14, Iodo-131, Césio-137, Estrôncio-90, Cobalto-60 e Hidrogênio-3. A TEPCO diz que a maioria desses elementos pode ser removida da água.
Mais de mil tanques de aço inoxidável foram preenchidos com água contaminada, que posteriormente foi sendo tratada pela operadora da usina através de um sistema de processamento de líquidos (ALPS) com uma série de etapas.
Essas etapas removeriam 62 dos 64 radionuclídeos para que a água fosse despejada no meio ambiente, mas o processo não remove Carbono-14 e Trítio da água.
O governo do Japão e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão regulador nuclear das Nações Unidas, dizem que a água contaminada será altamente diluída e liberada lentamente no oceano ao longo de décadas.
O plano de lançamento de águas residuais tratadas está em andamento há anos, com o ministro do Meio Ambiente declarando em 2019 que “não havia outras opções” porque estão ficando sem espaço para conter o material contaminado.