A Rayssa Leal que encantou o Brasil em Tquio-2020 amadureceu. Aos 16 anos, a eterna Fadinha minimiza a presso de ser unnime dentro e fora de seu esporte.
Foi a leveza da criana (e superatleta) que encheu os olhos de quem acompanhava o primeiro ano de skate como esporte olmpico. Em Tquio, Rayssa manobrou, danou e medalhou -levou para casa uma prata aos 13 anos. Para Paris, os planos no so muito diferentes:
“Ainda no caiu a ficha do que aconteceu em Tquio. Vai ficar para a histria, com certeza. Mas quero me superar em Paris. Quero acertar minhas manobras, me divertir e fazer dancinha de Tik Tok”, ri.
A skatista participou nesta tera-feira (14) de um evento de apresentao da Liga Nescau 2023, da qual a maranhense embaixadora. ” claro que eu quero me sair ainda melhor em Paris, mas no me sinto de forma alguma pressionada pelos meus resultados. Me sinto amada, e isso me deixa confiante para arriscar porque sei que vou ter o apoio do Brasil independentemente do resultado”.
O amadurecimento escancarado quando a jovem atleta detalha o processo de competir machucada no Mundial de Skate Street deste ano -e ainda se classificar. Ela teve uma leso no punho durante um dos treinos e chegou a cogitar desistir do torneio.
“Mas lembrei de uma frase que ouvi uma vez, que dizia que, s vezes, o atleta vai ter que competir com dor. A gente tinha ido muito longe, o Mundial foi nos Emirados rabes. No podia desistir naquele momento, no s por mim, mas pela minha equipe. Achei importante tomar essa deciso, ainda mais porque era um campeonato valendo pontos para as Olimpadas”, afirma.
A deciso trouxe bons frutos: Rayssa se classificou semifinal e se consagrou campe mundial. Hoje o pulso no di mais, “quer dizer, depende do movimento que eu fao”, ri, mexendo o punho.
Durante o evento, a maranhense arrancou risada dos jornalistas e atletas presentes.
“Rayssa, se posicione esquerda, por favor”, pediu um fotgrafo. “Aqui t bom, tio?”, perguntou. Todos riram. Ser chamado de tio pela supercampe de skate at que no de todo ruim.
desfilou pela marca Louis Vuitton, e, tambm ali, se divertiu horrores:
“Foi muito importante no s para a minha carreira, mas tambm para mim como pessoa. Quando eu era pequena, jamais imaginaria que tudo isso fosse acontecer na minha vida, ainda mais com essa rapidez. a primeira vez que uma brasileira desfila pela Louis Vuitton, e quero continuar quebrando recordes e tabus”.
Tquio-2020 no foi um divisor de guas apenas para a atleta, segundo ela, mas tambm para o skate brasileiro. As alfinetadas entre o campeo Kelvin Hoefler e Letcia Bufoni, que tomaram conta da categoria poca, j no existem mais. Pelo menos o que diz Rayssa.
“Depois das Olimpadas, tudo isso acabou. Nos aproximamos e nos apoiamos. Agora, vamos juntos para Paris”, avisa.