Da Redação Avance News
O Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo desenvolveu uma pesquisa visando a recuperação de pastagens degradadas por meio do consórcio entre milho safrinha e capins no inverno, recebendo fertilizante nitrogenado e do consórcio de soja com capins no verão.
Nos últimos anos, o Brasil tem buscado neutralizar a degradação das suas pastagens consorciando plantas produtoras de grãos com capins no sistema de plantio direto. Essa prática tem sido apontada como a nova revolução agrícola e estudos tem demonstrado que ela permitirá a incorporação de milhões de hectares de pastagens degradadas no processo de produção com um compromisso de desmatamento zero.
Karina Batista, pesquisadora do IZ, explica que os consórcios de soja com capim Aruana e soja com capim Ruziziensis são adequados para uso na implementação do sistema de plantio direto, visando neutralizar pastagens degradadas e produzir forragem para silagem.
“O capim Aruana consorciado com soja na estação de verão aumenta a absorção de cálcio e magnésio pela soja, enquanto o capim Ruziziensis consorciado com a soja na estação de verão promove maior reciclagem de fósforo, potássio e magnésio”, diz.
Outro benefício, segundo a pesquisadora, é que a silagem de soja consorciada com capim Aruana e a silagem de soja associada com Ruziziensis possuem melhores características nutricionais e fermentativas em relação a silagem onde só há soja.
“O uso do capim Aruana e do capim Ruziziensis como componente para melhorar a qualidade das silagens de soja é uma alternativa para conservação de forragem em sistemas de produção de ruminantes, principalmente durante a estação seca”, pontua.
Batista comenta que o suprimento adequado de nitrogênio nos consórcios de milho safrinha com o capim Aruana ou milho safrinha com capim Ruziziensis aumenta os efeitos positivos desses capins sobre os acúmulos de carbono microbiano e nitrogênio no solo, melhorando sua fertilidade.
“O produtor só tem que tomar cuidado com o excesso de fertilização com nitrogênio, porque pode prejudicar o carbono microbiano e a acumulação de nitrogênio no solo a ponto de anular os benefícios dos sistemas de consórcio de soja ou milho com esses capins”, alerta a especialista.
Para a pesquisadora do IZ, a tecnologia gerada nesse estudo é mais uma importante ferramenta para o produtor que tem buscado manter-se dentro de um mercado globalizado cada vez mais preocupado com as mudanças climáticas e com a sustentabilidade.
Dessa forma, a utilização de práticas conservacionistas para a produção de proteína animal, reduzindo os danos ambientais, é um caminho para que o Brasil possa se firmar como um líder na produção animal sustentável.