As primeiras partidas das seleções europeias e sul-americanas no pós-Copa já apresentam algumas novidades. Os treinadores vivem a dúvida sobre escalar os melhores do momento ou já iniciar reformulações visando o Mundial de 2026.
Como se esperava, Brasil e Marrocos fizeram uma partida equilibrada. As duas equipes pressionaram no campo adversário, recuperaram com frequência a bola e criaram várias chances de gols. O Brasil sentiu a falta de Marquinhos, Thiago Silva e Neymar. O time, como sempre, teve pouco domínio da bola e trocou poucos passes.
Os estreantes foram discretos. O jovem Andrey não sabia se se posicionava próximo a Casemiro ou se avançava. Rony atuou como no Palmeiras, da direita para o centro. Vitor Roque e Raphael Veiga jogaram por pouco tempo.
Um dos principais motivos da ausência da seleção brasileira nas cinco últimas finais de Copa do Mundo é a falta de mais talento individual. Discordo do lugar-comum de que o Brasil continua formando um grande número de craques. O país produz muitos bons e excelentes jogadores, mas poucos excepcionais, do nível dos melhores do mundo em suas posições.
Inglaterra e França são hoje as duas seleções mais fortes da Europa. Apesar dos principais times ingleses priorizarem a contratação de grandes jogadores estrangeiros, a seleção inglesa tem evoluído bastante, com a presença cada vez maior de jogadores especiais.
Os atacantes Kane, Saka e Rashford estão entre os melhores do mundo em suas posições. Existem ainda outros bons atacantes, como Sterling, Folden e Grealish. O jovem e brilhante meio-campista Bellinghan, que atua de uma intermediaria à outra, joga no Borussia Dortmund, da Alemanha, e é pretendido pelas principais equipes do mundo.
A França é a seleção com maior número de excelentes jogadores nos três setores de campo. Mesmo assim, sentiu muita falta de Benzema na Copa, que anunciou o fim de sua carreira na seleção. Kanté e Pogba não têm atuado por causa de contusões. Fazem também falta quando jogam o melhor que podem. Griezmann se reinventou na atual seleção. Antes era apenas um meia ofensivo. Agora volta para marcar, constrói jogadas e faz gols.
A Argentina e Messi viveram na Copa o mundo ideal, o esplendor de uma paixão que será eterna, sem data para terminar em campo, já que Messi não dá sinais de que vai encerrar a carreira na seleção. Algo parecido ocorre com Cristiano Ronaldo e Portugal, embora de uma forma menos exuberante e com alguns atritos.
Cristiano, com 38 anos, foi reserva em alguns jogos da Copa, quando parecia ter terminado seu ciclo na seleção. Mudou o treinador e ele voltou a ser titular e a fazer gols, apesar dos fraquíssimos adversários, Luxemburgo e Liechtenstein A Argentina depende mais de Messi que Portugal depende de Cristiano Ronaldo.
Tenho a impressão, mas posso estar enganado, de que Cristiano Ronaldo, que atua hoje na Arábia Saudita, quer continuar na seleção para manter o prestígio mundial. O treinador, se quiser substituí-lo por um jovem, pensando na Copa de 2026, terá enormes dificuldades.
O tempo passa
Nos últimos 15 anos tive o privilégio de assistir, de desfrutar das presenças de craques como Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e Mbappé. Vi também durante muitas décadas Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Didi, Beckenbauer, Cruyff, Gerson, Zico, Ronaldo, Ronaldinho, Romário e outros. São grandes craques, de várias gerações, que iluminam o futebol.
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