quarta-feira, 5 fevereiro 2025
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Sapos raros em risco de extinção mobilizam cientistas em corrida contra o tempo

Da Redação Avance News

Quando se fala em resgate de animais, a imagem que vem à mente pode ser a de um gato preso em uma árvore ou de espécies vítimas de tráfico. Mas, às vezes, até os menores seres precisam de ajuda. É o caso das rãs-de-darwin-do-sul (Rhinoderma darwinii), uma espécie de sapo ameaçada que precisou de uma operação de salvamento envolvendo uma longa jornada de mais de 11 mil km.

Em outubro de 2024, uma equipe de conservacionistas viajou até uma ilha remota na costa do Chile para encontrar esses pequenos anfíbios, que vivem nas florestas do Parque Tantauco. 

Em uma corrida contra o tempo, cientistas se mobilizaram para salvar a rã-de-darwin-do-sul (Rhinoderma darwinii), espécie que está ameaçada de extinção. Crédito: Zoológico de Londres

A missão tinha um objetivo urgente: salvar a espécie de uma ameaça invisível, mas devastadora – o fungo quitrídio (Batrachochytrium dendrobatidis), que em apenas um ano eliminou 90% da população em áreas monitoradas.

“Sabíamos que o tempo era curto e precisávamos agir rapidamente para evitar uma catástrofe”, afirmou Ben Tapley, curador de anfíbios do Zoológico de Londres, instituição que liderou a operação, em um comunicado.

Ovos de rã-de-darwin-do-sul (Rhinoderma darwinii), espécie ameaçada de extinção. Crédito: Zoológico de Londres

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Sapos machos transportaram girinos pela boca

A equipe conseguiu resgatar 55 sapos, e apenas dois estavam contaminados pelo fungo. Entre os resgatados, havia 11 girinos transportados de maneira inusitada: dentro dos sacos vocais dos machos adultos. Isso acontece porque a espécie possui um raro comportamento reprodutivo, em que os pais carregam os filhotes na boca até que estejam prontos para a vida independente.

Os sapos enfrentaram uma jornada exaustiva de barco, avião e carro até o Zoológico de Londres, onde se adaptaram bem ao novo ambiente. Lá, 33 rãs nasceram em cativeiro, alimentando a esperança de que a espécie possa ser futuramente reintroduzida em seu habitat natural, caso a ameaça do fungo seja controlada.

Toda a expedição foi documentada pelo cineasta de vida selvagem Paul Glynn, que acompanhou a equipe em busca dos diminutos anfíbios nas densas florestas do Parque Tantauco.

“A filmagem não só retrata a urgência desse trabalho, como também serve como uma ferramenta poderosa para conscientizar sobre as ameaças aos anfíbios”, explicou Bastián Santana, da ONG Ranita de Darwin. “Esperamos que essa história inspire mais pessoas a apoiar a conservação dessas espécies”.

Agora, os pesquisadores seguem com os esforços para salvar as rãs-de-darwin-do-sul da extinção, reforçando que cada espécie, por menor que seja, desempenha um papel crucial no equilíbrio ambiental.


Fonte: Olhar Digital

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