Da Redação Avance News
Considerada fundamental para garantir que o escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste, aos portos fluviais do norte do país não fique estrangulado, a Ferrogrão (EF-170) terá o futuro decidido na próxima quarta-feira (31). A continuidade do projeto da ferrovia que vai ligar Sinop (MT) ao porto de Miritituba (PA), será julgada no Supremo Tribunal de Federal (STF), dois anos após ter sido suspensa.
Este é o tema do Estúdio Rural deste sábado (27).
O deputado estadual e presidente da Câmara Setorial Temática (CST) da Ferrogrão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Reck Júnior (Partido Social Democrático), reforçou que a logística é um dos principais meios para aprimorar o setor agrícola do estado e, consequentemente, do país.
“O grande gargalo que temos no estado e no país é a logística. Se Mato Grosso fosse um país, por exemplo, seríamos a terceira maior potência mundial na produção de alimentos. É importante destacar que nós preservamos mais de 65% do nosso território e temos condição de dobrar a nossa produção, sem tirar uma única árvore”, explica.
O deputado também comentou sobre a criação da CST da Ferrogrão, com objetivo de fortalecer a defesa da ferrovia junto ao STF. “Nós tivemos aprovação 100% da criação dela pelos deputados estaduais. Essa semana entregamos (o parecer técnico) para o governador Mauro Mendes que sempre teve sensibilidade pela causa”, pontua.
Parecer técnico e obstáculos
O documento elaborado pela CST da Ferrogrão ressalta pontos econômicos, científicos e ambientais sobre o projeto da ferrovia. Segundo Reck Júnior, aponta que há “equívoco total” quando se diz que a ferrovia prejudicará terras indígenas. “Nós temos um parecer da FUNAI em que eles dizem que a ferrovia não passa por nenhuma terra indígena”, pontua.
O parlamentar falou ainda sobre o impacto da paralisação do projeto. “Ele trava o Brasil e o estado de Mato Grosso no desenvolvimento. É um direito de todos nós continuarmos produzindo, fazendo o que sabemos com sustentabilidade e respeitando o nosso código ambiental que é um dos mais rígidos. Se não for aprovada, será um retrocesso total ao estado”, finaliza.
Em março de 2021 a implantação da ferrovia sofreu uma reviravolta, quando o STF suspendeu uma lei de 2017 que alterava os limites do Parque Nacional do Jamanxim (por onde passará a ferrovia) e criava a área de Proteção Ambiental Rio Branco.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes inviabilizou o trajeto previsto no projeto. E cancelou os processos relacionados à concessão da ferrovia à iniciativa privada.
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