Da Redação Avance News
A combinação de altas temperaturas e falta de chuvas desde fevereiro trouxe desafios para a safra de café de 2025 e pode comprometer até a produção de 2026, segundo a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé). “O café arábica, que é o que nossos cooperados produzem, não tolera temperaturas acima de 32°C”, destacou o vice-presidente da cooperativa, Osvaldo Bachião Filho, em entrevista coletiva realizada ontem (20), durante a Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri), promovida pela cooperativa.
“Quando isso acontece, a planta interrompe seu metabolismo, ou seja, para de realizar fotossíntese e produzir energia”, afirmou.
O problema foi intensificado pela ausência de umidade. “Os recordes de temperatura registrados em nossas estações ocorreram em fevereiro de 2025, superando até mesmo novembro de 2023”, acrescentou. A falta de chuvas afetou o desenvolvimento dos cafeeiros, e, em algumas áreas, os volumes ficaram entre 50% e 60% abaixo da média histórica.
O impacto já é perceptível e preocupa os produtores. “O cafeeiro solta um par de folhas novas, que darão origem a um cacho de café no futuro, a cada 15 a 20 dias. Nos últimos 50 dias, isso não ocorreu”, explicou. “Isso significa, no mínimo, a perda de dois ciclos de crescimento em um potencial máximo de 12 a 14 rosetas por ramo.”
Situação complicada para o cultivo do café
Enquanto a colheita não começa, a real dimensão da perda ainda não pode ser quantificada. No entanto, as perspectivas para os cafeicultores seguem desafiadoras. “O cenário não será favorável mais uma vez”, concluiu Bachião Filho.