quinta-feira, 30 janeiro 2025
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Selic em alta: é hora de comprar ou alugar um carro?

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A Selic é usada como referência para o custo do crédito no Brasil

A expectativa de aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic nesta quarta-feira (29) gera questionamentos sobre o impacto dessa alta na decisão de comprar, vender ou alugar um carro.

A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a primeira de 2025, deve elevar a taxa básica de juros para 13,25% ao ano, seguindo a sinalização dada em dezembro pelo Banco Central. A medida busca conter a inflação e pode ter reflexos diretos no mercado de veículos.

A Selic é usada como referência para o custo do crédito no Brasil. Com o aumento, os financiamentos ficam mais caros, reduzindo a capacidade de consumo e a pressão inflacionária.

A previsão do Banco Central é de mais uma alta de 1 ponto percentual em março, o que levaria a taxa para 14,25% ao ano. Para 2025, o Boletim Focus projeta que a Selic atinja 15%, enquanto a XP Investimentos considera uma taxa ainda maior, de 15,50%, até o final do ano.

A elevação dos juros, ao encarecer os financiamentos, afeta diretamente as condições de compra de veículos, sejam novos ou usados. Filipe Ferreira, diretor de negócios da Comdinheiro/Nelogica, avalia que o impacto da alta da Selic deve ser analisado caso a caso.

Ele explica que a decisão de comprar ou vender um carro envolve fatores como o custo do IPVA e as estratégias comerciais das concessionárias.

“Se você está com um carro hoje e vai tentar vender, provavelmente quem vai comprar vai descontar o valor do IPVA. Isso acaba se ajustando no mercado. Não deve haver uma vantagem significativa em comprar ou vender nesse período do ano”, afirma Ferreira ao Portal iG.

Ele também destacou que algumas concessionárias podem incluir o valor do IPVA como uma ação promocional para atrair compradores.

“O que a gente pode encontrar por aí, especialmente se você vai comprar um carro novo, é alguma concessionária que já joga esse IPVA integral para dentro do preço como uma ação comercial. Isso acaba viabilizando absorver o carro agora sem o pagamento do IPVA do período. Eles sabem que isso chama bastante atenção e acabam preparando uma taxa de conversão melhor”, acrescenta.

Ferreira alertou ainda sobre o impacto do aumento do IPVA na troca por um carro novo. “Se você vai fazer um upgrade do carro, provavelmente trocar por um carro novo vai te fazer pagar um IPVA maior. Então, é mais uma questão de consciência financeira: avaliar se esse novo IPVA cabe no seu bolso ou não”, conclui.

Alugar um carro é vantajoso?

A crise dos semicondutores e a inflação também impactaram os preços de carros novos e usados
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A crise dos semicondutores e a inflação também impactaram os preços de carros novos e usados

Além do custo do financiamento, outros fatores devem ser considerados na análise entre compra, venda ou aluguel de veículos. O mercado de carros por assinatura, por exemplo, tem ganhado popularidade nos últimos anos.

Nesse modelo, o consumidor paga uma mensalidade que inclui custos como IPVA, seguro e manutenção, mas precisa arcar com o combustível. Essa alternativa pode ser vantajosa para quem utiliza o carro com menor frequência ou prefere não lidar com os custos de desvalorização e revenda.

No caso da compra de um carro zero, os custos iniciais, incluindo IPVA, seguro e revisões, podem chegar a valores.

Para um veículo de R$ 72.990, o custo no primeiro ano pode atingir R$ 10.738, segundo cálculo do economista Antônio Sanches, da XP.

Ao longo de três anos, a desvalorização do veículo e os custos totais podem variar, exigindo uma análise detalhada por parte do consumidor.

A crise dos semicondutores e a inflação também impactaram os preços de carros novos e usados nos últimos anos, com valorização acima da média histórica.

No entanto, espera-se que o mercado retome padrões mais estáveis à medida que a economia se estabilize.

Venda e investimento

Para quem deseja vender um carro, a valorização temporária pode ser uma vantagem, embora isso dependa do tipo de veículo e da região.

Já para quem prefere investir o valor que seria usado na compra de um carro, simulações indicam que o retorno pode ser menor do que o saldo obtido com a revenda de um veículo após três anos.

No entanto, essa opção pode oferecer maior liquidez e flexibilidade, fatores importantes em cenários de incerteza econômica.

Com a alta da Selic, o consumidor deve considerar o impacto dos juros no financiamento, avaliar a própria capacidade financeira e pesquisar alternativas como o aluguel ou modelos de assinatura.



Fonte: iG

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