Da Redação Avance News
Nos últimos anos, o mercado de defensivos biológicos vem crescendo de forma exponencial no Brasil, sendo a categoria que mais cresce – bem como sendo a mais promissora. Dentre os produtos mais registrados no País, estão principalmente bioinseticidas, biofungicidas e bionematicidas, sendo que nessa última classe a evolução percentual nas últimas cinco temporadas foi de 102%.
De acordo com Caroline Gulart, coordenadora de Pesquisa em Tratamento de Sementes e Microbiologia do Instituto Phytus, não há dúvidas de que o controle biológico e a utilização de bioinsumos veio para ficar. “Muitas novidades têm surgido neste sentido e, dessa forma, novas formulações com diferentes estruturas de fungos e bactérias (nanocápsulas, por exemplo), apresentando possibilidade de armazenamento em temperatura ambiente sem perda de viabilidade, assim como menores problemas de incompatibilidade com produtos químicos”, explica ela.
Dessa forma, acredita a especialista, os avanços no médio e longo prazo deverão ser no sentido de estudos de compatibilidade entre os biopesticidas e os agroquímicos, sendo práticas que se complementam. Ela aponta que o controle biológico deve ser construído ao longo do tempo, com organismos coexistindo em equilíbrio.
No caso do controle químico o efeito é de “choque”, isto é, de ação imediata, porém de residual relativamente curto. Já no caso de produtos biológicos, dependendo da estrutura aplicada, ocorre sobrevivência e multiplicação dos organismos benéficos no solo e, assim, a possibilidade de reestabelecer a supressividade do solo (capacidade de autorregulação), reduzindo danos.
ALIAR ESTRATÉGIAS
A engenheira agrônoma Mariana Dossin, Doutora em Solos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e que atua como Desenvolvimento Técnico de Mercado Sênior da BASF, destaca que é preciso “aliar um conjunto de estratégias para buscar o equilíbrio microbiano do solo, buscando principalmente tornar o solo um ambiente diverso e favorável ao desenvolvimento de plantas e organismos benéficos”.
Nesse sentido, explica ela, os produtos biológicos se apresentam como um complemento às moléculas sintéticas, apresentando mecanismos de ação distintos e principalmente períodos residuais mais longos. Para isso é necessário combinar diferentes insumos biológicos e sintéticos para se obter os melhores resultados.
No Tratamento de Sementes, por exemplo, o principal benefício é assegurar a germinação e um bom estande inicial na lavoura, garantindo o vigor e potencial genético da cultivar, possibilitando maior uniformidade e homogeneidade. “Atualmente, no cultivo da soja, preza-se muito por misturas de ingredientes ativos que atuem no manejo de pragas, doenças e nematoides ao mesmo tempo. Para isso, tem-se cada vez mais formulações baseadas em moléculas contendo inseticidas, fungicidas, nematicidas e ainda moléculas com efeito de promoção de crescimento de raízes e parte aérea, compondo um tratamento de sementes”, acrescenta.
Mariana lembra que atualmente, no sistema produtivo de grãos, mais de 90% dos produtores utilizam algum tipo de tratamento de sementes. Isso porque a quantidade de patógenos presentes em uma lavoura exige a utilização de mistura composta de produtos que tenham amplo espectro de controle, mas com formulações bem equilibradas, sinérgicas e ao mesmo tempo bastante seletivas, pensando na cultura tratada e até mesmo a preservação de inimigos benéficos.
Nesse sentido, a associação do Standak® Top com o Votivo® Prime da BASF possui um diferencial considerável. O Standak® Top é um produto de mistura tripla, com dois fungicidas, piraclostrobina e tiofanato metílico, ambos ativos para o controle de doenças, e um inseticida, o fipronil, para o controle das principais pragas.
“Essa mistura já é bastante robusta quando pensamos em espectro de controle e confiança de germinação devido ao efeito fisiológico proporcionado pela estrobilurina presente na mistura, a qual garante melhor enraizamento, manutenção de cotilédones e desenvolvimento acelerado da parte aérea. Essa mistura tripla tem facilitado as operações do TS, pois reduz o volume de calda e proporciona facilidade operacional”, aponta.
Já Votivo® Prime é o primeiro bionematicida com efeito de promoção de crescimento registrado pela BASF para o TS. A formulação desse produto é baseada em endósporos da bactéria Bacillus firmus. Os endósporos são estruturas de resistência da bactéria, e não são afetados negativamente pelos ativos químicos presentes no Standak® Top.
A bactéria só inicia sua atividade de colonização de plântulas após a emissão da radícula, e as colônias protetoras de raízes se desenvolvem juntamente com o desenvolvimento radicular, trazendo proteção contra nematoides, induzem por meio de metabolitos e fitormonios, maior crescimento vegetativo até o final do ciclo da soja. “A sinergia obtida com o uso de químicos e biológicos, como Standak® Top & Votivo® Prime, proporciona ganhos ainda superiores no estabelecimento e desenvolvimento inicial das plantas nos diferentes sistemas produtivos, conferindo maiores produtividades de grãos aliada a supressão de nematoides ao longo dos ciclos, minimizando os impactos e perdas de produtividade ao longo do tempo”, conclui ela.
SINERGIA
No caso específico de Tratamento de Sementes (TS), algumas combinações mostram uma grande sinergia. Caroline Gulart, pesquisadora do Instituto Phytus e especialista em manejo de doenças radiculares em diversas culturas, controle biológico de doenças e patologia de sementes, reforça os benefícios da utilização do nematicida biológico Votivo® Prime com o fungicida e inseticida químico Standak® Top, ambas soluções desenvolvidas pela BASF.
“Nesse caso, em muitos estudos realizados, tanto em condições de campo, quanto em condições controladas, observou-se incremento de controle de doenças, incrementos significativos de vigor de plantas, sistema radicular, parte aérea e produtividades. Sabemos que agentes de controle biológico possuem capacidade de síntese de fitohormonios, metabólitos secundários capazes de inibir o crescimento e desenvolvimento de fungos e nematoides, ativação de enzimas relacionadas com a defesa das plantas, etc. Em função disso, muitas vezes o sinergismo entre produtos químicos e biológicos se dá pelo controle imediato proporcionado pelos químicos, aliado ao efeito prolongado e de ordem fisiológica proporcionado pelos biológicos”, explica Caroline Gulart.
Como benefícios, além do controle direto sobre doenças, nematoides e pragas, a utilização combinada de biológicos com químicos traz promoção de crescimento e, com isso, uma compensação no balanço final de acúmulo/gasto de energia pela planta. Para o meio ambiente, a introdução de agentes de controle biológico no ambiente rizosférico (seja por tratamento de sementes ou pulverização no sulco de semeadura) é positiva sob vários aspectos. Dentre eles, o restabelecimento do equilíbrio natural do ecossistema.