Da Redação Avance News
Nesta semana, o mercado global da soja foi impulsionado por dois fatores-chave: o novo acordo comercial entre Estados Unidos e China e o relatório otimista divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O reflexo foi imediato na Bolsa de Chicago, com altas próximas de 2% nos contratos futuros, e nos portos brasileiros, onde os preços acompanharam a valorização internacional. Mas o movimento de mercado pode não parar por aí.
Com os contratos de julho se aproximando da região de US$ 10,70 por bushel — patamar considerado até então uma forte resistência gráfica —, analistas técnicos já projetam a possibilidade de uma escalada rumo aos US$ 12,50, caso o otimismo se mantenha.
Esse rompimento técnico é interpretado por muitos operadores como um “gatilho” para entrada de fundos e movimentos especulativos, ampliando a liquidez e a volatilidade do mercado.
O relatório do USDA foi decisivo ao apontar aumento das importações chinesas, queda nos estoques globais e manutenção da demanda internacional aquecida, especialmente num momento em que o dólar se valoriza frente ao real, o que torna a soja brasileira ainda mais competitiva.
Nesse contexto, é prudente que os produtores brasileiros, especialmente os que ainda mantêm grande parte da safra 2024/25 em aberto, revisitem suas estratégias comerciais. A janela que se abre pode representar um ponto de virada na curva de preços e permitir vendas mais rentáveis — mas exige atenção redobrada.
Recomendações estratégicas
- Acompanhar os gráficos: um rompimento confirmado acima de US$ 10,70 pode sinalizar um novo canal de alta técnica;
- Monitorar fundamentos: qualquer mudança no clima norte-americano ou na demanda chinesa pode reforçar ou enfraquecer esse cenário;
- Analisar o câmbio: com o dólar acima dos patamares atuais, os preços internos tendem a se valorizar mais rapidamente;
- Diversificar as vendas: travar parte da produção em patamares elevados pode ser uma forma de mitigar riscos futuros.
Diante da atual conjuntura, os produtores devem evitar decisões por impulso, mas também não ignorar sinais gráficos e fundamentos que indicam possível valorização sustentada. O momento exige equilíbrio entre precaução e oportunidade.
Se os próximos dias confirmarem o rompimento da resistência em Chicago, o agro brasileiro poderá vivenciar uma janela de alta importante — e lucrativa — no segundo semestre.