sexta-feira, 18 outubro 2024
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Suínos criados com maior bem-estar dão origem a leitões com menos medo e ansiedade

Da Redação Avance News

Estudo bravo pela Instalação de Arrimo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicado na revista Frontiers in Bicho Science aponta que o modo de confinamento dos suínos machos – e não exclusivamente das fêmeas, uma vez que se sabia – afeta profundamente a forma uma vez que os filhotes lidam com estresse, o que interfere no bem-estar desses animais.

Uma série de experimentos realizados na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), em Pirassununga, mostrou que quatro semanas vivendo em celas são suficientes para que os machos tenham filhotes com alterações emocionais ligadas a terror e sofreguidão, além de níveis elevados de cortisol na seiva quando expostos a desafios.

“Enquanto os óvulos são formados ainda na vida intrauterina da fêmea, os espermatozoides se formam a partir da puberdade e de forma contínua. Os machos, portanto, podem servir uma vez que sentinelas do que está acontecendo, dando a possibilidade de intervir para obter leitões com maior bem-estar”, explica Adroaldo José Zanella, professor da FMVZ-USP que coordenou o estudo.

O trabalho integra o projeto “A imposto do masculino para o desenvolvimento de fenótipos robustos e o papel mitigador do bem-estar das fêmeas suínas”, bravo pela Fapesp e coordenado por Zanella.

Nos experimentos, 138 leitões com 25 dias de vida foram submetidos a testes comportamentais, para calcular a emocionalidade, e análises de seiva, a término de verificar níveis de cortisol, um indicador de estresse.

Somente posteriormente a realização dos experimentos foram feitos testes de paternidade para instituir de qual tratamento veio o pai de cada leitão. Isso porque o sêmen dos animais em condições contrastantes foi misturado antes de inseminar as fêmeas, portanto, cada fêmea gestou leitões de vários pais.

Os doadores do sêmen que deu origem aos porquinhos foram submetidos, por quatro semanas, a um de três tipos de tratamento: ficaram em celas em que exclusivamente se levantavam e deitavam, condições de alojamento utilizadas em criações comerciais; em baias individuais, com mais espaço; ou em baias individuais enriquecidas.

Nesta última, recebiam um banho quotidiano e estímulos táteis: eram escovados diariamente e tinham chegada a feno para mastigar ou se deitar. Sustento e disponibilidade de chuva foram iguais para todos os tratamentos.

Os pesquisadores demonstraram que as condições de alojamento dos pais influenciaram os comportamentos da prole. Em todos os testes comportamentais, filhotes dos machos suínos criados nas celas apresentaram modificações nos estados emocionais indicativos de sofreguidão e terror.

Testes de seiva mostraram, ainda, um aumento dos níveis de cortisol posteriormente a emprego dos testes comportamentais nos filhotes dos machos criados em celas e baias. Nos leitões cujos pais viveram em baias enriquecidas não houve diferença nas medições antes e depois dos testes.

Os resultados são condizentes com outro estudo do grupo, que usou os mesmos animais e tratamentos. No cláusula, os pesquisadores mostram que os machos criados nas baias enriquecidas deram origem a mais leitões vivos e que sobreviveram ao primeiro mês de vida.

Outrossim, os leitões originados dos machos suínos alojados nas celas tinham uma percepção maior da dor, um indicador de que o envolvente ao qual o pai é exposto alterou a percepção do {filho}, o que pode influenciar em seu bem-estar.

Próximos passos

“Estamos realizando outros estudos que mostram que o tipo de tratamento a que os machos são submetidos provoca mudanças epigenéticas [no genoma] que são, possivelmente, transmitidas para os filhotes”, conta Leandro Sabei, primeiro responsável do cláusula, realizado durante doutorado na FMVZ-USP.

Em um estudo anterior do grupo, os pesquisadores demonstraram que o tipo de confinamento influencia a própria fisiologia dos testículos dos adultos.

“Nos animais criados em celas, ocorre o princípio de uma degeneração testicular. O sêmen fica mais aglutinado e a temperatura do testículo mais subida, o que pode comprometer a fertilidade”, complementa Thiago Bernardino de Almeida, primeiro responsável daquele trabalho e coautor do atual, ambos realizados durante seu doutorado com bolsa da Fapesp.

Em outro estudo proveniente do mesmo projeto, o grupo demonstrou uma vez que o envolvente de gravidez das fêmeas afeta o desenvolvimento do cérebro dos leitões.

Outra publicação dos pesquisadores mostrou uma vez que cinco dias em celas durante o período posteriormente o cio pretexto estresse e interfere na microbiota vaginal das fêmeas, o que pode afetar a sucção de nutrientes e a proteção contra doenças nos filhotes.

“Nossos trabalhos já estão influenciando nas decisões de criadores de reprodutores, que estão vendo que o maior bem-estar aumenta a produtividade e os lucros. O objetivo agora é realizar estudos ainda mais robustos de todas as fases da vida dos animais, além de oferecer o padrão suíno para estudos relevantes a humanos”, encerra Zanella.

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Fonte: Canal Rural

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