Da Redação Avance News
Muitos fenômenos celestes fascinantes puderam ser vistos pelos apaixonados pelo céu noturno em agosto. Entre eles, a Superlua do Esturjão. Ela foi responsável por abrir o calendário astronômico do mês, que também se encerra com o mesmo evento: a chamada Superlua Azul.
Mas, o que é uma Superlua? E por que esta é chamada de “azul”? Vamos entender:
De forma bem simples e resumida, uma Superlua ocorre quando o nosso satélite natural chega à fase cheia praticamente ao mesmo tempo em que faz sua aproximação máxima com a Terra (atingindo o ponto chamado de perigeu).
“Mas, sem saber o quão perto a lua cheia precisa estar da Terra, não dá para cravar se esta ou aquela lua cheia é uma Superlua”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, que é presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON).
Segundo Zurita, até existem algumas tentativas de criar uma definição científica, completa e definitiva para o termo, mas é difícil chegar a um consenso, e talvez isso tenha algo a ver com ele vir da astrologia. “Na astronomia, sua utilização é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, por considerá-lo um nome mercadológico para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu, que, na prática, não tem nada de super, nem representa nenhum fenômeno de interesse científico”.
Talvez por isso a União Astronômica Internacional (IAU) não demonstrou, até hoje, nenhum interesse em normatizar o termo. “Tudo que temos são as definições informais para a Superlua”, explica o astrônomo.
Pela definição do astrólogo Richard Nolle, “pai” do termo, pode-se chamar de Superlua quando a lua cheia está perto de (dentro de 90%) sua maior aproximação da Terra em uma determinada órbita (que, desta vez, será de 356.500 km). Assim, como a lua cheia desta terça-feira estará a cerca de 357 mil km do nosso planeta (de acordo com o site InTheSky), sim, enquadra-se como uma Superlua.
Zurita explica que, no meio científico, os astrônomos preferem o termo “perigeu-sizígia” ou simplesmente “Lua Cheia no Perigeu”, adotado para quando a Lua entra na fase cheia a menos de 24 horas do perigeu. “Neste critério, esta lua cheia é realmente uma Superlua, já que ela chega a essa fase cerca de 10 horas depois de atingir seu perigeu”. Isso porque o perigeu será alcançado às 12h54, e a Lua se tornará cheia às 22h35 – todos os horários aqui mencionados têm como referência o fuso de Brasília.
Sempre que a lua cheia acontece próxima ao perigeu, ela aparece até 14% maior e 30% mais brilhante, se comparada à lua cheia do apogeu (ponto mais afastado da Terra). No caso da Superlua Azul desta semana, ela será a mais próxima da Terra de todas as quatro ocorrências do tipo no ano (já tiveram duas e há mais uma Superlua aguardada para setembro), sendo, dessa forma, a maior e mais brilhante Superlua de 2023.
A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho chamado uma elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do nosso planeta a cada mês, sua distância varia entre 356.500 km no perigeu e 406.700 km no apogeu (ponto mais distante).
Quando um mês tem duas luas cheias, a segunda é chamada de Lua Azul (sendo ou não “super” – e esse nome não tem nada a ver com a coloração do astro). Como a segunda lua cheia deste mês também acontece próxima ao perigeu lunar, esta semana teremos uma Superlua Azul.
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Dicas para observar a Superlua Azul
Como dito acima, a Lua alcança a fase cheia às 22h35. Ela aparecerá no céu a partir das 17h50 mais ou menos, permanecendo visível até às 6h05 de quarta-feira (31).
Esses horários têm como referência um observador baseado em São Paulo. O momento exato em que o astro nasce em sua localidade pode ser consultado em aplicativos como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView.
Para ver a Lua, basta olhar para a direção leste, que é o lado oposto em que o Sol estiver se pondo. A primeira hora após a aparição é o momento mais propício para observá-la, pois ela está maior e pode apresentar belas variações de tonalidade (amarelada, alaranjada e até avermelhada), devido à interação com a atmosfera. Conforme for ficando mais alta no céu, ela continuará igualmente ou até mais brilhante, mas nos parecerá menor e bem branca.
Embora não seja necessário qualquer instrumento especial, quem tiver binóculos, telescópio ou uma boa câmera com zoom pode observar mais detalhes, como as crateras da superfície lunar, por exemplo.
Se o seu ponto de observação não for conveniente (caso o céu esteja nublado, ou o frio desanime a sair de casa para contemplar o fenômeno), é possível acompanhar tudo pela internet.
O Virtual Telescope Project (Projeto Telescópio Virtual), um serviço prestado pelo Observatório Astronômico Bellatrix, com sede em Roma, na Itália, vai realizar uma transmissão em tempo real pelo YouTube, agendada para começar à 00h30 de quinta-feira (31).
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