Cecília Nobre e Geovanna Torquato | RDNews
O delegado de Polícia Civil, Higo Rafael Ferreira, declarou que os suspeitos de sequestro, tortura e morte das irmãs Rayane e Rithiele Alves, em Porto Esperidião (MT), gastaram cerca de R$ 6 mil em roupas, perfumes, hospedagem e táxi, logo após cometerem os crimes.
“Foi tudo com dinheiro próprio e todas as compras foram feitas no débito. Então, fica um ponto a esclarecer: de onde veio esse dinheiro? Eles entraram em lojas de poder aquisitivo elevado e levaram um montante de quase R$ 6 mil em roupas”, destacou Ferreiras que disse ainda que os suspeitos pagaram o táxi e a hospedagem via Pix.
Em entrevista ao Jornal da CBN, na manhã desta terça-feira (17), o delegado disse também que os suspeitos teriam realizado uma videochamada com um detento, do início ao fim do crime, entretanto, o presidiário ainda não foi identificado nem o local onde ele está detido.
“Eles confessaram o crime e passaram alguns detalhes, dentre eles, esse de que todo o crime teria sido acompanhado por uma videochamada, determinada por uma pessoa, que estaria presa em um presídio do Estado”, disse o delegado.
Além disso, Ferreira afirmou que há a suspeita de outros envolvidos no crime, mas que ainda não foram identificados. “Desde o cerco na beira do rio, até a casa, ainda há pessoas que vão ser responsabilizadas depois do inquérito. A própria pessoa que aluga a casa, até o executor tem que ser responsabilizado por essa situação”.
Com relação ao suposto envolvimento das irmãs com uma facção criminosa, o delegado disse que não há indícios de que as duas integraram alguma organização. “Até o momento a gente não conseguiu chegar a nenhum vínculo dessas meninas, dessas irmãs, com nenhum grupo criminoso. A gente não descarta que tenha ou não tenha [vínculo] mas só as investigações vão dizer”.
O crime
Conforme o boletim de ocorrência, as irmãs estavam com outros dois jovens, saindo do festival da pesca, na madrugada de sábado (14), quando foram abordados e sequestrados por um grupo de nove pessoas, sendo sete homens e duas mulheres. Logo depois as vítimas foram levadas para uma casa na Rua Marechal Cândido, no Bairro Centro.
Um dos reféns conseguiu escapar do cativeiro pulando os muros de várias casas e foi até a delegacia pedir ajuda. Aos policiais, a vítima contou que os sequestradores o torturaram psicologicamente e alegaram ser de uma facção criminosa. A motivação do crime foi uma foto que o grupo teria tirado no rio Jauru, fazendo o gesto de número três, que seria o símbolo de uma facção rival. O jovem também relatou que os suspeitos pediam dinheiro a todo momento e, caso não recebessem, matariam todos.
No local do crime, os policiais localizaram outro rapaz, que teve o dedo mindinho e a orelha esquerda cortados, além disso, ele estava com golpes de arma branca na nuca. Já nos outros cômodos, os policiais encontraram dedos e mechas de cabelo que foram cortados das irmãs.