terça-feira, 26 novembro 2024
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Traição pode impactar saúde da gestante e do bebê? Especialista explica

Mayra Dugaich

Iza anunciou fim do relacionamento com Yuri Lima: “Me traiu”

Nesta quarta-feira (10), a cantora IZA
 postou um vídeo em suas redes sociais revelando o fim do seu relacionamento com o jogador Yuri Lima devido a uma traição. O caso repercutiu nas redes, especialmente pelo fato da artista estar grávida de seis meses.

“Ainda não existem estudos científicos que correlacionam diretamente o impacto do estresse de uma traição em uma gestação”, afirma a professora Pós-Dra. Rafaela Schiavo, especialista em Psicologia Perinatal e fundadora do Instituto Master Online.

Apesar disso, a especialista afirma que já existem estudos consolidados sobre o impacto do estresse na gestação – e que eles podem, sim, trazer complicações importantes para a saúde da mulher e do bebê.

“O período da gestação já é um momento delicado. É um período potencial de risco para mulheres apresentarem ansiedade, estresse e depressão. E quando ocorre um evento tão significativo, como a quebra de um acordo do casal, que no caso é uma traição, isso pode ser um iniciador para que a mulher venha a sofrer de uma alteração emocional significativa”, explica.

As alterações emocionais significativas são as emoções que, em níveis elevados, podem desencadear transtornos graves, como burnout, ansiedade e depressão. Além disso, se a mulher tem o histórico de transtornos mentais em outras fases da vida, um evento traumático pode engatilhá-los novamente.

“Se ela já estava vulnerável por algum outro motivo, uma situação como essa só agrava. Então, se ela não tinha a probabilidade, aumenta dela ter, e se ela já tinha a probabilidade, aumenta dela ter um agravante dos sintomas de ansiedade, estresse e depressão”, diz Rafaela.

Impacto nos bebês

A especialista explica que o impacto nos bebês se dá pela alteração hormonal da mãe. Em uma situação de estresse, por exemplo, elevam-se os níveis de cortisol – um hormônio essencial para o cotidiano. No entanto, em excesso, pode ser prejudicial para a saúde dos organismos da mãe e da criança, que recebe essa sobrecarga pelo cordão umbilical.

“Pode haver o enrijecimento das artérias uterinas, dificultando a chegada de sangue para o bebê. E aí a comunicação fisiológica entre a mãe e o bebê acaba sendo prejudicada a tal ponto da criança não conseguir ganhar peso e, em alguns casos, ter o nascimento prematuro”, enfatiza Rafaela. “O nascimento prematuro, muitas vezes, ocasiona em atrasos no desenvolvimento da criança depois que ela nasce”, conclui.

O relato da cantora IZA despertou a reflexão sobre quantas mulheres passam por situações semelhantes, mas não têm a mesma estrutura de apoio. Um estudo de 2015 da Universidade Federal de Pernambuco, que analisou a características de gestantes que realizaram o pré-natal em unidades públicas de saúde, concluiu que, entre os fatores de risco para a ocorrência dos transtornos de ansiedade e depressão em mulheres grávidas, estavam as questões familiares, a baixa escolaridade e baixa renda.

“No entanto, esse contrato de monogamia, que a maioria dos casais tem, não importa se é uma mulher com baixa renda ou uma mulher com boas condições financeiras. O evento traição vai trazer sofrimento psicológico, e que por ela estar nesse período de gestação, que já é um momento delicado e potencial de risco para alterações emocionais significativas, independente da classe social dela”, salienta Rafaela.

Recomendações

A especialista recomenda, para situações semelhantes à da artista, que seja realizado um acompanhamento terapêutico com um psicólogo perinatal, justamente pelos impactos importantes que as alterações emocionais podem causar no desenvolvimento do bebê.

“É importante que a mulher procure um psicólogo perinatal durante todo o período de gestação e pós-parto. Ela não precisa necessariamente entrar em algum sofrimento psíquico para procurar esse profissional, que inclusive pode trabalhar na prevenção de alterações emocionais significativas, visto que as chances são maiores nesse período”, orienta.

“E se acontece um estressor como esse, aí então que é muito mais aconselhado que essa mulher busque orientação com um profissional da saúde mental, que pode ajudar a acolher esse momento de tristeza e de estresse que ela está passando”, afirma Rafaela.

A orientação para familiares e amigos é respeitar o processo de luto da mulher, sem fazer “fofocas”. “Abrir o espaço para que apessoa fique triste, para que ela chore, acolher essa dor, é importante”, conclui a especialista.

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Fonte: iG

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