Autoridades ucranianas disseram que têm procedimentos em vigor para um possível ataque russo à usina de Zaporizhzhia, enquanto Kiev alertou sobre uma provocação do Kremlin na instalação.
A vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, disse que Moscou é capaz de “ações completamente imprudentes” que poderiam tentar passar por sabotagem pela Ucrânia.
Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que há uma “grande ameaça de sabotagem por parte de Kiev” na usina, que pode ter “consequências catastróficas”.
Maliar afirmou nesta quarta-feira (5): “Para minimizar possíveis consequências negativas, os serviços de emergência estão treinando há vários dias em quatro regiões ucranianas – Dnipropetrovsk, Zaporizhzhia, Kherson e Mykolaiv – para superar as consequências de um possível ataque terrorista à usina de Zaporizhzhia.”
A Rússia poderia atacar a usina, disse ela, para virar o ímpeto da guerra a seu favor e “alcançar seus objetivos militares”, acrescentou.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o Kremlin na terça-feira (4) de possivelmente plantar explosivos no telhado da fábrica de Zaporizhzhia, uma afirmação baseada em inteligência militar.
Os níveis de radiação estão “dentro dos limites normais” e na zona de 30 quilômetros ao redor das usinas impactadas e as áreas ao redor de Chernobyl estão “dentro dos valores médios mensais”, de acordo com o Ministério de Assuntos Internos da Ucrânia.
Enquanto isso, autoridades ucranianas em Nikopol, no sul da Ucrânia, disseram que a fábrica de Zaporizhzhia ocupada pela Rússia está operando normalmente e não houve “movimentos significativos de mão de obra e equipamentos dos ocupantes”.
O oficial militar local Yurii Malashko ecoou Maliar e disse que, embora as forças russas sejam “imprevisíveis”, as forças especiais ucranianas estão prontas para qualquer desenvolvimento perigoso e “verificaram o equipamento necessário e elaboraram planos de resposta”.
A empresa estatal de energia ucraniana Energoatom disse que o nível da água na lagoa de resfriamento está “estável e sob controle”, apesar de um ataque russo à barragem de Kakhovka, que fornece água para resfriar a usina, causando grandes inundações na região vizinha de Kherson.
Autoridades instaladas pela Rússia em Zaporizhzhia rejeitaram as preocupações levantadas pelas autoridades ucranianas, dizendo que “tudo está normal” e que a usina está operacional.