sábado, 23 novembro 2024
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Veja a relação entre dores nas costas e espondilite anquilosante

Veja a relação entre dores nas costas e espondilite anquilosante
Redação EdiCase

Veja a relação entre dores nas costas e espondilite anquilosante

Você já ouviu falar da espondilite anquilosante? Apesar de ser uma condição bastante comum, afetando mais de 2 milhões de brasileiros, é uma doença pouco conhecida e muitas vezes confundida com uma simples dor nas costas. Trata-se, na verdade, de uma doença inflamatória crônica, ainda sem cura, que tem como alvos principais articulações da coluna, ombros, quadris e joelhos. Se não for tratada adequadamente, pode levar a deformidades na coluna e inflamações em outros órgãos, como olhos, intestino e pele.

O que é a espondilite anquilosante?

A espondilite anquilosante tem como característica principal uma dor diária na coluna, na região sacroilíaca (das nádegas), que geralmente é confundida com uma dor ciática. “A maioria dos pacientes chega se queixando de dores na lombar. É uma dor que melhora com atividade física e piora com o repouso. Às vezes,
o paciente

desperta durante a noite por causa da dor e, de manhã, ao acordar, existe a sensação de rigidez, como se estivesse travado”, explica a reumatologista Dra. Sonia Loduca, membro da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) e chefe do ambulatório de espondiloartrites do HSPE-SP.

Importância da investigação e do tratamento

A doença é mais comum em homens abaixo dos 40 anos, mas também
acomete mulheres

e até mesmo crianças. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que cerca de 80% da população mundial terá dor na coluna lombar em alguma etapa da vida, geralmente, por má postura ou esforço físico repetitivo. “Já a espondilite anquilosante é uma dor crônica, diária, no mesmo local, que persiste por mais de três meses e que precisa ser diagnosticada e tratada corretamente, para que não se agrave”, destaca a reumatologista.

Cuidado com o uso de medicamentos

A Dra. Sonia Loduca alerta também para as consequências do uso indiscriminado de anti-inflamatórios: “estes medicamentos sem prescrição podem fazer com que a procura pelo médico demore, prejudicando o diagnóstico e o tratamento corretos, uma vez que o remédio pode mascarar os sintomas”, ressalta. Foi o que aconteceu com a contadora Luciana Ribeiro, de 49 anos. Ela descobriu a espondilite anquilosante há 6 anos, após muitas idas
ao hospital,

muitos medicamentos e diagnósticos errados.

Para Luciana, em uma ressonância que mostrou 11 protusões e três hérnias na coluna, a vida dela mudou. “Eu tomei muito anti-inflamatório, até que não fez mais efeito, o médico mudou para corticoide, depois para adesivo de morfina, fazia bloqueio com corticoide no hospital. Fui internada por 3 vezes e cheguei a fazer uma operação na coluna para retirar um nódulo, que poderia estar causando a dor. Teve um dia que não aguentei mais, ajoelhei no consultório do médico e comecei a chorar copiosamente, com muita dor”, desabafa.

Impactos da doença e as dificuldades enfrentadas

Luciana comenta que a sensação que tinha era que estava sendo esfaqueada nas costelas, de tanta dor: “parecia que minha coluna tinha uma barra de ferro no meio, que não dobrava. Meu quadril queimava, ardia e doía inteiro, a perna, a fascite plantar, tudo doía. Eu dormia sabendo que no outro dia iam aparecer mais dores, além das anteriores. Em um ano, perdi 70% dos movimentos”.

Após muitas tentativas como
dores constantes

, consultas, exames, ortopedista, fisioterapia, massagem, osteopatia, Luciana chegou ao reumatologista. “Quando contei sobre a rigidez matinal e as dores intensas que vinham de dentro do osso, o reumatologista suspeitou de espondilite anquilosante”.

Benefícios do diagnóstico correto

Com os cuidados e acompanhamentos adequados, é possível voltar a ter qualidade de vida. “Eu voltei à vida 15 dias após o diagnóstico correto, com o acompanhamento de uma reumatologista sensível e humana (Dra. Karina Bonfiglioli, também membro da SPR), especialista na espondilite anquilosante. Iniciei a medicação biológica, com as adaptações necessárias, além do medicamento para auxiliar na dor, fisioterapia e atividade física diária. Também faço terapia, para cuidar do emocional”, conta Luciana.

Por Rita Santos

Fonte: iG

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