Toda mamãe protege o seu bebê com todo o cuidado e o carinho do mundo. A preocupação maternal vai desde a proteção contra doenças que podem atingi-lo até a atenção para que pequenos objetos (brinquedos, por exemplo) não sejam ingeridos, o que pode ter várias consequências.
Proteção deve ser saudável
Esse zelo todo não diminui à medida que a criança vai crescendo. Esse sentimento é normal e aceitável, mas até o ponto em que essa superproteção começa a prejudicar o
desenvolvimento
e o crescimento
do pequeno.
É importante que a criança tenha o direito de explorar o que o mundo tem a oferecê-la, claro, com toda a atenção e a observação de seus responsáveis. Ter temperança é a melhor atitude. Às vezes, cuidados exagerados podem impedir o desenvolvimento saudável.
Explorar o mundo é importante
É claro que certas medidas são necessárias, mas é preciso ter um limite nessa superproteção. Criança que brinca e explora o mundo que a cerca acaba, de uma forma ou de outra, criando certa
imunidade
a vermes e bactérias e, dependendo do histórico biológico, adoecendo menos que uma criança que está sempre “protegida” demais. Isso é comprovado cientificamente, por mais estranho que pareça. Claro que isso não significa que os pais devam “largar” seus filhos, deixando-os desagasalhados, com fome e desprotegidos.
Experiências são benéficas para o futuro
É necessário entender que, por mais difícil que isso seja, toda
criança
precisa aprender, explorar, conhecer e perceber o mundo. Pais, o mundo não é uma bolha! Criança que sofre limitações pode se tornar uma pessoa adulta insegura, dependente e cheia de medos.
Criança que sofre limitação vai ter medo de se arriscar e se jogar em novos desafios ao longo de sua jornada, seja profissional ou afetiva. Além de contribuir para a autoconfiança, essa liberdade e oportunidade de poder visualizar e vivenciar novos horizontes fortalecem o desenvolvimento da pessoa.
Enfim, meu recado é para que pais e/ou responsáveis permitam que suas crianças vivenciem experiências únicas e saudáveis para a sua faixa etária. Amor e atenção devem estar presentes no laço entre pais e filhos, mas amar é também permitir que a criança descubra o que o mundo tem a lhe oferecer.
Por Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros
Médico formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializou-se em pediatria na Unifesp/EPM, obtendo em seguida título pela Sociedade Brasileira de Pediatria.