Trabalhadoras em fábrica têxtil da Cidade Ho Chi Minh, Vietnã, em 3 de abril de 2025
Huu Kha
O Vietnã comprará mais produtos americanos, incluindo equipamentos de segurança e defesa, anunciou o governo, que tenta adiar a aplicação das grandes tarifas anunciadas por Washington.
O país do sudeste asiático, uma potência do setor têxtil, tem como principal mercado de suas exportações os Estados Unidos. Na semana passada, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 46% aos produtos vietnamitas.
O Vietnã pediu ao presidente americano para adiar a aplicação das tarifas em 45 dias para dar tempo às negociações.
O primeiro-ministro Pham Minh Chinh disse que seu país buscará “negociar com os Estados Unidos para alcançar um acordo bilateral e avançar na direção de um equilíbrio comercial sustentável”, segundo um comunicado publicado no site do governo.
Também “continuará comprando mais produtos americanos que são fortes e para os quais há demanda no Vietnã, incluindo produtos de segurança e defesa”, acrescenta o comunicado.
As tarifas ao Vietnã são parte de uma onda de tarifas anunciada na semana passada por Trump e que provocaram, na segunda-feira, quedas expressivas nas Bolsas de todo o mundo.
O secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, To Lam, enviou uma carta a Trump para pedir o adiamento das tarifas e disse esperar que os dois se reúnam no final de maio para concluir o acordo sobre o tema.
As tarifas ameaçam “prejudicar significativamente” o atual modelo vietnamita de crescimento, que depende das exportações para os Estados Unidos, segundo Sayaka Shiba, analista de risco da empresa de pesquisa BMI.
Ele acrescentou que, no pior cenário, o PIB vietnamita sofreria uma queda de 3% este ano devido às tarifas.